quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FEMINISMO E POLEMICA

Uma intensa polêmica se formou nas redes sociais a partir de um texto publicado por Nassif de um membro de sua rede que assina André. O autor usava o termo feminazi. É um termo desqualificador que associa a luta das mulheres ao nazismo. Cynthia Semíramis fez um post explicando o conceito e sua inadequação.
Muitas outras blogueiras responderam ao texto. Depois posto alguns desses links.
Não acompanhei desde o princípio as discussões no post original da rede do Nassif  nem no twitter pois, no sábado, quando parece que a polêmica se instaurou, passei o dia em num evento  de Mulheres com  outros movimentos sociais. No sábado à noite a lista das blogueiras feministas fervilhava.
Nassif explicou ontem como funciona a sua rede e, do seu ponto de vista, justificou a sua posição. E, na sequência, publicou um texto que desqualificava a Marcha Mundial das Mulheres, diminuindo sua importância e usando termos como ‘facção’. Enviei a ele o primeiro texto publicado no blog da mulher, trata-se de um debate sobre o conceito do feminicídio e a importância da luta das mulheres para o combate à violência. Convidei a socióloga Tica Moreno, da SOF, para falar sobre a Marcha das Mulheres. Nassif também publicou em sua rede esse texto que explica a importância da MMM no Brasil e no mundo.
A meu ver o nível acalorado que tomou conta do debate foi desgastante com a desqualificação nos dois pólos. Talvez os ânimos não tivessem se acirrado e  pudessem ter sido amenizados com um pouco de conhecimento sobre o feminismo por parte de Nassif e entre as feministas o conhecimento sobre as próprias diferenças presentes no amplo espectro progressista que agrega os blogs ’sujos’ ou o que passou a ser denominado (após o primeiro encontro de blogueiros em agosto de 2010) de ‘blogosfera progressista’. Mas, infelizmente, sobrou generalizações de toda a sorte.
O feminismo tem muitas correntes e a blogosfera ‘progressista’ é muito ampla, o próprio debate via twitter mostrou que havia blogueiros que questionaram o texto depreciador do movimento feminista e blogueiras que se opunham à desqualificação pessoal do jornalista Nassif, incluindo blogueiras feministas.
Espero que toda esta polêmica sirva para todos nós qualificarmos este debate. Conhecer, respeitar e encampar a luta feminista interessa a todos homens e todas mulheres que lutam contra as desigualdades. O feminismo nada tem a ver com guerra de sexos ou supremacia feminina, a luta contra o sexismo é uma luta que interessa a todos.
Como contribuição a este debate além dos links citados, trago o texto da Ana Paula Diniz:
Os Movimentos Sociais e a polêmica com o feminismo
Por: Ana Paula Diniz (via lista das blogueiras feministas)
29/12/2010
Grande parte dos movimentos sociais que lutam pela inclusão e eliminação das desigualdades o faz a partir de uma lógica identitária que inclui e exclui ao mesmo. Por exemplo: no caso do movimento feminista, em discussão esses dias, luta-se por algumas questões específicas em determinados momentos, como o aumento de número de creches. Essa busca, no momento em que é feita, vai jogar luz sobre um grupo de mulheres, as mães, necessariamente ofuscando outras tantas questões importantes. Nesse sentido, todo movimento social, na medida em que cria conceitos ou categorias que visem abarcar um segmento de cidadãos, acaba por excluir diversos outros que poderiam se reconhecer como parte daquele grupo. Essa dificuldade se torna ainda mais crítica, se considerada a indispensabilidade de criação de laços que permitam a identificação dos membros para que se tenha a coesão necessária dentro do movimento social. Mas como criar laços sem ter pontos de convergência, pontos em torno dos quais os militantes irão lutar? E mais, como o fazer sem excluir outros? Sem colocá-los como marginais dentro do próprio movimento?
Ao mesmo tempo, os movimentos sociais que buscam mudanças gerais, amplas, perderam força nos últimos anos. Isso se deve, em parte, às novas configurações sociais pós-muro de Berlim que tornaram as lutas mais fragmentárias e criaram dificuldades para que os diversos grupos pudessem estabelecer diretrizes convergentes nas ações tomadas. Podem-se destacar também os inúmeros questionamentos em torno das “origens” da marginalização, os quais colocam as hierarquias sociais como decorrentes não só de fatores econômicos, mas também de questões culturais. Assim, as lutas e conquistas deixam de se concentrar em reivindicações que possam ser generalizadas para todo e qualquer ser humano, para se concentrar em grupos de pressão que conseguem se organizar e que buscam objetivos comuns. Isto, contudo, não retira a legitimidade destes movimentos. Mesmo que não se consigam mudanças estruturais profundas na sociedade em que vivemos, tais movimentos sociais conseguem fazer com que diversos debates avancem e explicitem perspectivas marginalizadas.
Bom, mas por que tudo isso?
O debate sobre as feministas radicais e o post tão comentado colocam em questão que ao se defender o não-apedrejamento das mulheres no Irã, se estaria – em um pressuposto e por omissão – defendendo o apedrejamento de homens e, assim, sendo partidário. Isso se mostra no mínimo questionável, por dois motivos. Primeiro, porque, como discutido, para que o movimento possa agir ele deverá eleger motes estratégicos, mesmo que os abandone depois. A luta contra todas as opressões deve ser a base, o fundamento do movimento, mas, na hora de agir, deve-se ter o porquê agir, pois caso contrário a ação fica muito prejudicada. Em segundo lugar, mas relacionado, para se eleger a ação a ser tomada, deve-se levar em conta problemas contextuais. (Até onde me lembro, nunca vi nada sobre homens serem apedrejados por adultério, você já?). Nesse sentido, quando se estabelece o ponto de luta, não se está colocando os demais como questões pelas quais não se deve lutar, mas sim, elegendo o que se mostra mais premente em um momento específico.
Por fim, essa associação do feminismo com uma guerra de sexo demonstra desconhecimento sobre o que seja o movimento. O feminismo quer libertação para mulheres e homens, e não sofrimento e morte para os segundos. Essa ideia só faz desqualificar o movimento.

Oração das Mulheres Resolvidas

Que o mar vire cerveja e os homens aperitivo, que a fonte nunca seque, e que a nossa sogra nunca se chame Esperança, porque Esperança é a última que morre…
Que os nossos homens nunca morram viúvos, e que os nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas!
Que Deus abençoe os homens bonitos, e os feios se tiver tempo…
Deus…
Eu vos peço sabedoria para entender um homem, amor para perdoá-lo e paciência pelos seus actos, porque Deus, se eu pedir força, eu bato-lhe a matá-lo.
Um brinde…
Aos que temos, aos que tivemos e aos que teremos.
Um brinde também aos namorados que nos conquistaram, aos trouxas que nos perderam, e aos sortudos que ainda vão conhecer-nos!
Que sempre sobre, que nunca nos falte, e que a gente dê conta de todos!
Amén.
P.S.: Os homens são como um bom vinho: todos começam como uvas e é dever da mulher pisá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia para o jantar.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Laços ou Nós Afetivos ou emaranhados

Toda relação é dinâmica. Relação é a capacidade de estar sempre dando novos laços (re-lação). Muitas vezes, quando estamos nos relacionando afetivamente, parece que estes laços tornam-se nós difíceis de desatar.

É comum as pessoas se relacionarem a partir de suas próprias referências pessoais, expectativas e ideais. Porém, o laço vira nó, se este ponto de vista se transforma em uma forma rígida de relação, onde se espera que o outro corresponda a essas expectativas plenamente. E um equívoco esperar no outro a "cara metade" ou a "alma gêmea", como se, ao encontrá-la, nos tornássemos completos, estáveis e seguros.

Na psicoterapia existencial o psicólogo remete a pessoa a se compreender em suas relações. E, geralmente quando uma relação afetiva não está indo bem, percebe-se um engano da pessoa em depositar no outro a responsabilidade de sua felicidade ou infelicidade. Isto ocorre porque não estamos acostumados a nos ver como seres únicos, sós e lives no mundo. Solidão e liberdade são temas dos filósofos Heidegger e Sartre, nos quais a psicoterapia existencial se fundamenta. Muitas vezes, procuramos em nossas relações afetivas aplacar a angústia e o desconforto que é assumir a própria existência. E dói muito admitir isso. É mais fácil esperar alguém que nos tire dessa posição solitária e responsável, um alguém que pelo simples fato de nos amar atenderia nossas necessidades e nos completaria como num passe de mágica.

A pessoa que escolho para me relacionar afetivamente sempre será uma pessoa diferente de mim. Segundo o psicólogo Jadir Lessa: "Todos somos diferentes uns dos outros. Não é só na impressão digital. Mais ninguém pode ser eu. Exclusivamente a mim cabe ser a pessoa que sou. Mais ninguém além de mim, vê o mundo pelo mesmo ângulo em que eu o vejo. Portanto ninguém pode compreender plenamente outra pessoa"*. Da mesma forma ninguém atenderá à todas as minhas expectativas, porque ninguém é igual a mim. Mais que na aparência, somos diferentes na forma de pensar, sentir e agir. Somente eu sou responsável pela expectativa que tenho. Continuando seu pensamento o psicólogo Jadir essa conclui: "O outro quando me ajuda, faz do jeito dele. Não é do meu jeito. Portanto, nâo me satisfaz plenamente. Só encontro plena satisfação realizando as minhas coisas eu mesmo"*. O mesmo acontece nos relacionamentos afetivos, quando o outro me ama o faz do jeito dele, que não é igual ao meu jeito. E muitos conflitos surgem das infindáveis tentativas de um tentar encaixar o outro no seu jeito de amar. Se a pessoa se deixa encaixar no jeito do outro, então o laço vira nó, enrijece, perde a "folga" que deve existir na relação. Justamente a folga do laço, uma certa distância, que garante que cada um mantenha sua individualidade, reconheça-se e diferencie-se na relação.

Se esperamos união (nó) com o outro para o alívio da solidão, a relação poderá ser marcada por ciúmes dependência exigências, controle, possessividade e perda das singularidades.

Uma das caracteristicas mais marcantes do laço, talvez seja a sua possibilidade constante de se desfazer. O nó não se desfaz tão facilmente quanto o laço. E por isso mesmo, se pensarmos a relação como laço, poderemos perceber que nos relacionamentos de pessoas autênticas e livres, este pode se soltar, não constitui uma ameaça, mas sim, em uma forma de compromisso verdadeiro.

A relação deveria ocorrer entre duas pessoas que desejam compartilhar o sentimento mútuo de amor e não compensar faltas e insatisfações pessoais. Somente uma pessoa que se realiza como um indivíduo singular, que enfrenta e aceita a solidão e a liberdade como condições da existência, poderá estar com o outro sem cobranças, amando-se e amando o outro, respeitando as diferenças e assim formando um laço com toda sua harmonia e beleza.

Amor Perdido....

Todo mundo tem um amor perdido. Um amor que não ficou no passado, mas vive no presente e é imaginado para o futuro. Se este amor não está mais em sua vida, ele é um fantasma, daqueles que enchem tua cama de suor e te faz delirar nos sonhos. Ele pode ser qualquer coisa em qualquer tempo e de qualquer idade. Um amigo de infância, um primo que foi embora da cidade, o namorado da melhor amiga ou apenas um cara que você conheceu em um bar. Podem não ser únicos no mundo, mas para um de nós que sente isso, pouco importa. Você conhece um outro homem. Charmoso, lindo e inteligente, mas aquele amor perdido continua ali. A vida segue, é bem verdade. Porém, tudo é mais arrastado, os dias passam mais devagar e a vida parece um filme em preto-e-branco, daqueles melancólicos. Em todos os planos que você faz, aquele fantasma te persegue e você pensa se aquele amor iria realmente gostar daquilo que você vai fazer.
Você dorme sempre com as mãos atadas e a cabeça parada. Nada nunca mais é igual. Toda paixão nova - daquelas que você pensa que está apaixonada - acaba se desiludindo quando ouve você falar do amor perdido, quando vê você dançando tonta e sozinho. Julgamos que aquela pessoa que passou - ou que ainda está na sua vida,se você é uma sortuda - é a pessoa certa e tudo ficou errado depois que ela saiu pela porta. Vivemos a margem e tudo parece incompleto. Culpa de um romance incompleto. Você ouve uma música na quarta pela noite e todas as memórias vem a tona. Você se pega pensando que aquelas memórias não deveriam ser memórias, deveriam ser o presente. A chuva vem e você senta bebendo o  seu vinho. Como você queria que naquela chuva ela batesse na sua porta. O dia amanhece e você está lá acordada com seu c. O tempo não faz esquecer, o tempo torna mais presente. O tempo te molda e não deixa você ser a pessoa que você um dia foi, mas o tempo não te deixa tirar da cabeça aquela imagem de vocês juntos. Tão perfeita na sua cabeça, que poderia emoldurar um quadro na sala. Você vai viver  o resto da sua vida entre silêncio e sonhos. Não, você não mudaria nada se tudo acontecesse de novo, eu entendo, mas como você queria que tivesse durado mais. O clichê se instala como hóspede em seu quarto e você pensa no amor perdido o tempo inteiro. Você vence na vida uma vez, ela não está ali, vence duas, vence três! E ele não está ali. Tudo que eu fiz certo, eu não tenho nenhum troféu em casa para lembrar daquilo que ganhei. Mas tudo que eu fiz de errado, eu nunca esqueci. Está estampado na sua cara, você jamais vai esquecer aquilo que um dia teve e poderá nunca mais ter. Isso acontece comigo, com você, com qualquer um. Você se pergunta se o seu amor perdido ainda continua selvagem, com a vida para viver por aí. Se ele pensa em você, se tudo é um tédio ao redor dele e se ele pensa em te ligar. Se não liga, a vida continua. Mas continua tão chata...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Que tal uma corrente do Bem ????

Dezembro é um   mes  de correria total. Compromissos, demanda de mercado e festas de encerramento de todos os grupos que participamos lotam nossas agendas.

Cá estamos nós fechando um ciclo novamente, atrapalhados, mas cheios de esperança e bons pensamentos para o ano que vem aí.

Nota-se que a vida anda tão cheia de tarefas e atribulações que está cada vez mais difícil de praticar coisas simples como a solidariedade. Estender a mão e ajudar ao outro, parece ação para o próximo capítulo desse cotidiano estressante.

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Ilustração: gettyimages
Estive pensando , proponho uma Corrente do Bem... muitas já devem ter assistido o filme, onde quem era ajudado, precisava devolver a ação e ajudar outras três pessoas. A minha ideia está mais ou menos dentro do mote do filme, consiste em respondermos, a cada dia, ao menos a três tópicos. Acredito ser um número razoável e fácil de encaixar neste fim de ano enlouquecido...

Vemos aqui no fórum tantas dores de amores, conflitos, doenças, tristezas e inseguranças que tornam o ser humano, por um determinado tempo, frágil e infeliz. E, sabemos que qualquer resposta bem intencionada pode se tornar uma benção na vida deste triste coração.

Temos o poder do bem em nossas mãos, claro que as ações no plano físico são maravilhosas e jamais devem deixar de acontecer, a ideia é só para esses meses onde quase deixamos de existir. Afinal, quem já provou desse mel sabe que é tão bom poder ajudar. E não resta dúvida de que faz tão bem a quem recebe quanto a quem escreve.

O que acham, vamos começar?

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ainda esses dias eu abri um livro...




Foto divulgação /
Ainda esses dias eu abri um livro que ganhei de presente de uma amiga que partiu, mas que foi muito importante na história da minha vida. Ela não morreu fisicamente, partiu por necessidades pessoais. Lendo a dedicatória senti uma saudade dolorida, sofrida, de uma pessoa muito querida e que faz muita falta. Recordei imediatamente do inicio desse ano de 2010, um ano que foi extremamente conturbado para mim e que levou algumas pessoas para longe, outras para uma outra vida. Um ano marcante, uma campanha  eleitoral Apaixonante e que trouxe consigo uma gama enorme de mudanças em praticamente todos os aspectos e que exigiu de mim uma enorme força interior que, para ser sincera, nem eu mesma sabia que possuía. 
Hoje olho para trás e sinto uma alegria enorme ao pensar que não me perdi de mim mesma no meio de tantas tormentas. Acredito que o mais complexo do nosso sofrimento não seja a dor em si, mas o que deixamos de fazer quando a dor nos visita ou em quem nos tornamos se não soubermos lidar com ela.
O sofrimento faz parte da vida de todos nós, mas conseguir ser feliz apesar dele e além dele, nem sempre é fácil, mas é preciso! A tristeza ou a depressão, em momentos difíceis, serão visitas constantes por um período, porém não devem ganhar quartos e camas confortáveis nas nossas casas emocionais, devem apenas ser hóspedes temporárias que nos ensinam algumas coisas. Saber compreender que uma etapa chegou ao fim por mais feliz que ela tenha sido ou por mais danos que ela tenha nos causado, é sinal de que estamos adquirindo sabedoria. O que mais ouvi durante os anos que emprestei os meus ouvidos e o meu coração aos meus amigos era: Por quê? Por que isso aconteceu? Por que acabou? Porque partiu? Por que não me amou? Por que eu tenho que passar por isso? Por que a minha vida é diferente?
Raramente alguém dizia: O que eu pretendo fazer com isso a partir de agora? O mais interessante é que essa necessidade humana de saber a causa e o motivo de tudo, na grande maioria da vezes, atrapalha muito mais do que ajuda. Existem pessoas que perdem uma vida inteira tentando compreender os porquês do ontem sem perceber as riquezas do hoje. As pessoas mais sensíveis e felizes que conheci eram afeitas a perguntas mais inteligentes do que o ‘porquê’ das situações, nelas existia uma percepção muito mais ampla acerca da própria existência. Pessoas assim tem um quê diferente, uma intuição especial, um jeito único de sentir as situações, não costumam repetir as escolhas e equívocos, são profundas.
Nem tudo pode ser explicado, querer entender porque o parceiro foi embora, o chefe nos demitiu ou o amigo sumiu pode nos ofertar algumas lições, apenas isso. Depois é preciso seguir em frente e olhar adiante. É preciso abandonar as culpas, os medos, os fantasmas e carregar na mochila apenas as vivências, os aprendizados e as lembranças que nos fazem bem e que nos tornam melhores.
Nas fases complicadas da vida é uma boa hora para nos livrarmos dos excessos, dos livros já lidos, das roupas não usadas, das bugigangas materiais e emocionais, é hora de limpar a casa e abrir espaço para o novo! Tão ou mais importante do que reciclar o lixo é reciclar os sentimentos. Saber virar a página nos permite rirmos de nós mesmas, a chorarmos e a gargalharmos com vontade e com verdade.
Na medida em que aprendemos que nada é para sempre e que a única certeza da vida é a constante mudança, nos tornamos seres humanos menos ansiosos e perturbados diante da novidade, dos contratempos e das surpresas cotidianas. Eu sempre acreditei que tudo aquilo que é natural e espontâneo emociona muito mais do que o que é planejado, pois está livre de expectativas.
Deixar para trás, esvaziar, abrir mão, não querer controlar, tornar-se mais leve, não ter medo do ridículo, amar sem medo, aconselhar com o coração e não com a prepotência, enxergar e não apenas olhar, dançar com os ouvidos e esquecer os pés... Não esperar flores, dar flores, beijar como se fosse a primeira vez e se despedir como se fosse a última, apreciar mais as dúvidas do que as certezas, cantar para vida e seduzir a felicidade, ser a melhor amiga de si mesma... Sinto que é isso que conquistamos quando nos permitimos iniciar um novo capítulo nos nossos livros pessoais, na nossa narrativa única, apaixonante e intransferível de sermos nós mesmas.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tudo que os Homens deveriam saber de nós Mulheres

Não necessariamente tudo, mas digamos uma parte essencial do que é ser mulher. É, porque apesar de estar na cara que um homem difere bastante de uma mulher, muitas vezes tenho a nítida impressão de que vocês homens se esquecem largamente disto. E por isso, além de perderem altas chances de marcarem pontos importantíssimos conosco, vocês acabam por nos irritar profundamente.
Explico: além de poder aqui incluir todas as coisas que já mencionei em alguns posts anteriores como “Coisas que um homem jamais deveria  fazer com uma mulher”, bato numa única tecla para exemplificar o meu ponto de vista: a ignorância voluntária que vocês portadores do cromossoma Y têm do que é ser uma mulher. E nem me venham dizer que nós somos complicadas e difíceis de entender, um bicho estranho porque não somos mesmo. O problema é que como um carro, nós também viemos de fábrica com um belo manual de instruções à mão que pode muito bem ser lido e até decifrado facilmente quando vocês bem quiserem. O problema é que vocês só estão interessados em lerem o manual dos carros, agora o nosso… nem se darem ao trabalho de folheá-lo vocês se dão. Acham que sabem tudo e na verdade não sabem é nada.
Pra início de conversa, nós somos regidas por um set de hormônios completamente diferenciado do de vocês e só isso faz uma diferença imensa. E aqui não estou pleiteando e querendo dizer que o nosso set é melhor do que o de vocês, não, somente que é bem diferente e que deveria ser tratado e respeitado como tal. Afinal, por algum acaso vocês não iriam tratar de formas diferentes um carro 1.0 e um 2.2? Uma Ferrari e um Fusquinha? Quando isso não ocorre, pode estar certo que os conflitos e as decepções acontecem, o desgaste aparece, o motorzinho do relacionamento pifa e muito frequentemente, um bye-bye love happens.
Só para vocês terem uma noção mais explícita do que eu estou reclamando a respeito… bom, vocês não fazem idéia do “sacrifício” da nossa rotina diária, semanal ou mensal para sermos simplesmente uma expoente bem apessoada da raça feminina. A filosofia de vocês, wash and go, não faz parte de nenhuma de nossas rotinas, pois todas elas levam no mínimo o triplo do que a mais trabalhosa das suas levariam. Afinal, vocês só têm a barba pra fazer, ou as costas quem sabe, mas nós temos que fazer uma limpa na virilha, axila, perna toda, buço e quiçá no corpo inteiro… Isso sem falar da manicure e pedicure que sempre têm que estar em dia. Malhar não é uma opção, é obrigação. E enquanto rugas e fios de cabelos brancos dão um certo charme a vocês gajos, em nós… bem, é puro DT- desastre total. Em suma: se vocês soubessem o trabalho, a mão de obra que dá pra ser mulher… infelizmente não sabem ou insistem em fechar os olhos para essa realidade.
Portanto homens, não adianta nos tratar dentro da wash and go philosophy porque não vai vingar. Nem com a mais das low-maintenance girls daria certo. Não espere que daremos o ar da nossa graça lindas, maravilhosas e cheirosas assim do nada, sem tempo ágil para nos prepararmos porque não somos ready-to-go Afrodites. Pra ser mulher, precisamos de tempo. Portanto, nos dêem sempre este tempo e sem reclamar, só na base dos elogios, que eu garanto que vocês nunca, jamais, em tempo algum irão se arrepender. Muito pelo contrário. Aliás, não conheço maneira melhor de ganhar pontos altíssimos e muito importantes no jogo do amor e da conquista. 
Resumindo: parem de nos tratar como brothers, pois somos “sisters“(namoradas, esposas, amantes, enfim somos espécimes do sexo feminino) e cá pra nós: vocês bem que gostam disso.
Ou não gostam?
To be continued…

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Michael Jackson Smile Tradução

SIMPLESMENTE SINTAM .....

Entre a alienação e a ideologização

Por definição, as coisas possuem, entre diversas nuances, pelo menos dois extremos. Quando o assunto é economia, há os neoliberais e os estatizantes; entre eles há opiniões heterogêneas. Quando se fala em aborto, há os que o consideram terminantemente proibido, enquanto há outros que consideram um direito da mulher; entre eles, há os permitem em alguns casos. Mas e quando se fala em ser politizado?
Não me refiro à orientação política, pois não vim aqui para discutir os conflitos entre direita e esquerda, em seu sentido mais geral. Ao meu ver, existem dois extremos entre o modo de encarar os fatos, especialmente os de caráter político, social e, como um todo, coletivos. Encarar atitudes individuais que dizem respeito somente a si mesmo é fácil, isto todo mundo sabe fazer. Difícil é encarar uma discussão de temas que envolvam todos ao nosso redor.
De um lado extremo, o lado dos não politizados, há a alienação. Ser alienado é não dar importância para o que acontece no mundo que vá além do seu próprio umbigo. Ser alienado é achar que as coisas foram sempre assim e sempre serão, ou que as coisas mudam sozinhas. Alienação é abrir mão de um universo de coisas porque estas parecem difíceis demais para se entender.
Não dar ouvidos a quem tem o que dizer faz parte de ser alienado, porque ao se deslegitimizar o discurso de alguém por algum preconceito que for, se está, na verdade, fugindo do debate. Essa é a maior covardia deste extremo.
Por outro lado, há o extremo dos politizados, aqueles que chegam a ponto da ideologização. Ideologia, como há muito venho falando neste blog, é algo prejudicial. O seu defeito é justamente reduzir a realidade a algumas explicações que, teoricamente, deveriam se enquadrar no modelo ideologizado de enxergar os fatos.
Porque nem tudo é tão simplista quanto a ideologia parece assumir. De um modo geral, as ideologias são dotadas de condutas e idéias para se ter. Nesta complexidade em que vivemos, onde só existem opiniões relativas, a virtude estaria na flexibilidade de lidar com estas opiniões. A ideologia não compreende isto, e continua a despejar ideais pré-fabricados que tendem a se enquadrar mal com o passar do tempo.
Entre a alienação e a ideologização está a essência daquilo que é ser politizado. Porque ser politizado é isto, é não se entregar totalmente ao seu mundinho, como também não é partir para “fórmulas politizadoras”. Ser politizado é entender por vários pontos de vista, e saber defender o seu com argumentos concretos, as diversas peças que compõem nosso mosaico.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A ESCOLA E O ENFRENTAMENTO DA VIOLENCIA SEXUAL INFANTO-JUVENIL

A ESCOLA E O ENFRENTAMENTO DA VIOLENCIA SEXUAL
INFANTO-JUVENIL


O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL
INFANTO-JUVENIL

A Violência Sexual contra crianças e adolescentes tem-se tornado foco de atenção do poder público e da sociedade civil brasileira nas duas últimas décadas.
Entendida enquanto um fenômeno social complexo e multicausal, demanda um enfrentamento que mobilize ações de diferentes dimensões, sobretudo as de caráter político, administrativo e legal. A compreensão deste fenomeno demanda que o insiramos num contexto histórico-social marcado por uma realidade de violência endêmica e de profundas raízes culturais.
O enfrentamento a este tipo de violência sexual tem ganhado impulso no Brasil.
A criação e implantação do Programa de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, inserido no Plano Plurianual, a partir de 2000 é um marco deste processo.
Em 2004, o governo brasileiro transferiu a Coordenação do Programa para a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH). Tal decisão decorreu da compreensão de que a política pública de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes precisa ser orientada pelos direitos humanos universalmente reconhecidos. Assim, no Brasil, esse fenômeno passou a ser visto como uma questão relacionada à luta nacional e internacional pelos direitos humanos de crianças e adolescentes preconizados tanto na Convenção Internacional dos Direitos daCriança, como na Constituição Federal Brasileira e no ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente– (Lei 8.069/90).
Assim, na política oficial atualmente em vigor, a violência sexual contra crianças e adolescentes passa a ser vista como um crime, verdadeiramente uma violação legal de direitos humanos universais. O enfrentamento deste fenômeno passa a se dar no
contexto do paradigma da doutrina da proteção integral.
O enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil ganhou maior impulso com a entrada em vigor do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil, homologado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
- CONANDA, em julho de 2000. este plano tem como objetivo principal a ordenação e a articulação de todos os principais atores que trabalham com a criança e o adolescente vulneráveis à violência sexual. Seu objetivo geral é o de estabelecer um conjunto de ações articuladas que permitam intervenção técnica, política e financeira para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Sendo seus objetivos específicos • Realizar investigações científi cas, visando compreender, analisar,
subsidiar e monitorar o planejamento e a execução das ações de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes; • Garantir o atendimento especializado a crianças e adolescentes em situação de violência sexual constatada; Promover ações de prevenção, articulação e mobilização, visando o fi m da violência sexual; Fortalecer o sistema de defesa e responsabilização; • Fortalecer o efetivo envolvimento infantojuvenil.
O plano foi estruturado em torno de seis eixos eixos estratégicos e cada um deles define os objetivos, as ações, os prazos e as parcerias pertinentes. São os seguintes os eixos estratégicos e as metas neles previstas:
Análise da Situação:Conhecer o fenômeno da violência sexual contra crianças e adolescentes em todo o país; Identifi car causas, fatores de vulnerabilidade e modalidade da violência sexual no contexto do cenário; social, cultural e socioeconômico, com a realização de pesquisas quantitativas e qualitativas sobre
exploração comercial (tráfico, turismo sexual, pornografia e prostituição) e abuso sexual familiar e extrafamiliar; Diagnosticar a situação e as condições de enfrentamento da violência sexual, contextualizada com outros tipos de violência , pelo governo e por
organizações não governamentais, para a violência sexual, monitorando a implementação das ações previstas no Plano Nacional por meio da mobilização social.