segunda-feira, 31 de outubro de 2011

É HORA DE AMADURECER

Quantas vezes você tentou e não conseguiu mudar uma situação com medo de não saber o que vinha pela frente?
Quantas vezes você se pegou chorando, pensando numa coisa muito melhor pra sua vida e não consegue dar um passo, trava, chora, espera uns minutos, pra voltar à mesma posição antiga, sem mudar absolutamente nada?
O ser humano tem medo de mudanças emocionais.
É duro evoluir quanto gente. Você nasce e passa pela infância e tem seu aprendizado de forma meio sutil, não mexe aqui, não vai ali que cai, você cai e se machuca.
Você aprende que a vida não é fácil e que seu corpo é frágil. Começam os medos físicos, os temores, mas você, claro, se não passar por nenhum trauma profundo, descobre que viver é seguir adiante.

Passando da infância pra adolescência, você descobre que os sentimentos são mais profundos, mas ainda é meio tudo ou nada, alegria infantil, raiva infantil que num instante passa. Você descobre que existe maldade, inveja, ciúme, sentimentos um pouco mais evoluídos na forma emocional. Você desenvolve pensamentos sobre isso, descobre que tem opinião, o que te faz bem, o que te faz mal.
É só mais um degrau do que vem por ai. Você vai se tornar adulto.
É, você se torna adulto. Dizem que certas crianças se tornam adultas mais cedo, é o amadurecimento. Talvez ela tenha passado por coisas que não deveria pra idade dela. Isso faz bem? Talvez sim, talvez não, depende do acompanhamento desta criança.

Bom, chegamos à fase adulta, é um misto de querer ser e não poder, sentir e não se achar, raiva de não sei o que, liberdade que você achou que ia ter e... Surpresa! Enganaram-te! Ninguém é livre, todos nós seguimos uma cadeia de acontecimentos na vida, porque não vivemos sós! Vivemos em sociedade, todos temos o nosso papel nela, não tem pra onde escapar!
Triste? Ah, não ligue, você se acostuma.

Agora, sabe o que a gente não se acostuma? De termos nossos sentimentos traídos.
Subjugados. Indeferidos.

Já que a vida é um aprendizado e a gente vive sempre aprendendo, não é possível que os outros achem que a gente não aprendeu direito.
Então, porque nos cutucam, nos provocam? Os outros não têm os mesmos sentimentos que a gente? Claro que sim, mas como são muitos, os outros nunca sabem qual o seu básico, além de raiva, alegria, dor. Então, temos que aprender a dizer sim, não e talvez de vez em quando. Amadurecer é saber respeitar o seu limite e o dos outros. É saber interpretar o que você quer e o que o outro deseja. É ter consciência do mal ou do bem que você faz a alguém, não só fisicamente, mas emocionalmente. Saber que aquilo que você é, é aquilo que você quer pra sua vida. É saber conviver.

Quando amadurecemos, viramos adultos no sentido emocional da palavra. Tornamos-nos “gente grande” quando estamos preparados para dizer o que queremos, o que sentimos, antes que alguém venha até nós e queira nos dominar, subjugar, passar por cima do que queremos e sentimos. E preparar-se pra briga, porque haverá confrontos, lutas, ás vezes desiguais. Mas eu sei que ninguém perde a guerra, podemos perder batalhas por coisas bobas, mas o que move a gente vai estar forte e firme e o que queremos é nossa mente a nosso favor.
Em resumo, a vida nos dá trabalho de casa todo dia, pra podermos nos graduar nela.

E vamos sentir medos, frustrações, desencantos, fracassos, mas saberemos dar a volta por cima, porque antes de tudo, precisamos acreditar em nós mesmo e no que queremos e sentimos. Não se amargure e se ache fraco. Passa.

Todos nós somos fortes em algum ponto específico ou vários, aprenda a deixar seus sentimentos definidos e use-os quando for necessário, não esconda o que você quer da vida e dos outros. Amadureça e seja feliz.

domingo, 30 de outubro de 2011

Com Ele nunca somos Fracos !!!!!!!

Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.
2 Corintios 12:10
Quantos terremotos tem atingido sua vida? Quantas decepções vem marcando sua caminhada? Você tentou, planejou, sonhou e vem um tsunami de problemas e obstáculos para destruir a sua vida?
Há tempos que desejo escrever sobre isso, mas como vocês sabem, tudo o que escrevo aqui são confissões do meu coração e por momentos era difícil expressar tudo aquilo que vinha acontecendo. Nos últimos meses, minha família e eu passamos por algumas experiências diferentes. Estou terminando  o ano de 2011 com nada planejado, nenhuma coisa garantida, nenhum esboço do futuro. O que fazer, onde morar, no que investir… muitas perguntas e nenhuma resposta.
Apesar dessas pequenas ansiedades que rodeiam meu coração, tive uma grande experiência com Deus. ELE age em minha vida a ponto de dar uma paz que nunca conseguiria entender e explicar nesse momento. ELE cuida de cada detalhe, cada sutil necessidade, cada pequeno desejo de meu coração. ELE usa pessoas de diversos lugares, “virtuais” ou “reais” para me alegrar, suprir nossas necessidades e amparar, mesmo que apenas com uma palavra amiga. Pessoas que eu NUNCA imaginava mandavam recados e e-mails dizendo que estavam orando por mim, mesmo sem saber o motivo e as circunstâncias em que vivia.
A mensagem que quero passar com esse testemunho para vocês, é que não importa a situação que você se encontre, são nesses momentos de aparente fraqueza que Deus nos faz fortes, pois aprendemos que qualquer luta ou adversidade existe PAZ se estamos com ELE, e se bendizemos o seu nome mesmo nos terremotos e tsunamis da vida.
Possuímos uma breve existência e se não atentamos ao relacionamento com aquilo que é eterno, tudo o que fizermos para resolver nossos problemas, para nos salvar dos abalos da vida será totalmente em vão e inútil.
Acredito que Deus utiliza as grandes estabilidades da vida para aumentar nossa fé, derramarmos nosso coração diante DELE e estabelecermos a nossa vida na grande ROCHA inabalável.
Muitas pessoas aproveitam o momento das tragédias e catástrofes para dizer que Deus é vingador e injusto. Mas lembre-se as catástrofes acontecem para os justos e ímpios, mas permanecer inabalável é uma questão de lembrar da fidelidade e da  confiança em Deus.
Esse é o meu testemunho: Fui forte (com DEUS) enquanto tudo indicava fraqueza!

sábado, 29 de outubro de 2011

Qual o verdadeiro papel das Religiões????


Absolutamente inconsistentes e inconcisos. Uma onda intransigente de intenções, que se espalha vertiginosa e perigosamente. Atingem em cheio também,  as RELIGIÕES. Para a igreja católica, por conta de alguns eminentes Arcebispos, Bispos, todo esse movimento em torno de si, acaba evidenciando uma crescente onda de um indesejável marketing. Mesmo que com ela, aparentemente venha a confirmação e a maior facilidade de fixar um algo, por ela exaustivamente combatido, o aborto. Só que a igreja católica, não precisa de testemunhos ou da ajuda de oportunistas. Um padre, não pode e não deve, numa homilia induzir eleitores. Não se faz cristão. Jesus, não fazia marketing. Jesus PREGAVA O EVANGELHO. Ele não se misturava às turbas enfurecidas, com intenção de incitar-lhes o que já se apresentava irremediavelmente cheio de fúria. À Igreja, o conceito pleno e cabal, de salvar as almas. Através da Fé. Através das orações. Dos cultos. E principalmente através da conduta cristã. Politica e Fé, não combinam. Um padre celebra missas. A partir do momento em que ele induz eleitores, ele se faz político. Político não salva almas, na maioria das vezes - como nesse caso -, condena-as. A CNBB, com todo o poder que lhe cabe, jamais poderia, POR UMA OBRIGAÇÃO CRISTÃ, permitir que seus padres tivessem liberdade de fazer ou pregar política, durante as celebrações - ou missas -, onde o fator proeminente diz respeito unicamente a espargir a mensagem de Deus. Aos evangélicos da mesma forma, o mesmo caminho. Têm direito à livre escolha de seus candidatos, mas no culto religioso somente um Escolhido lhes comanda, idéias e coração: Jesus Cristo. A partir do momento em que os representantes das religiões iniciam um procedimento de demonização pessoas humanas, eles não estão servindo a Deus. Principalmente, se a demonização de uns colabora com a canonização de outros. Mesmo porque Padres não carregam esse poder. Nem os Pastores em sua longa caminhada à ascensão, via a palavra do Livro Sagrado.  Existem critérios a serem seguidos. Muito exigentes, por sinal.Às religiões, através de seus superiores, cabe por questão de ordem, amor a Deus e Fé, coibirem com quaisquer projetos, que visem enaltecer homens. Homens e seus cargos políticos. Às religiões cabe a libertação dos infiéis e pecadores, não através da inquisição ou queima de corpos e nomes. Às religiões cabe deter e dar uma diretriz cristã aos seus seguidores, para que prossigam em seus caminhos e guiem-se pelo seu livre arbírtrio. Deus nos deu o livre arbítrio. As religiões cuidam de direcioná-lo ao Bem. Não citam nomes, não fazem politica. Simplesmente reforçam-nos a Fé, para que a grandeza da escolha do caminho a seguir - em termos de riqueza e ascensão da alma -, faça-se eclodir no sempre. Portanto, a discussão indevida, a invasão descabida por padres e pastores, em caminhos outros, requer uma reavaliação. Quem pode fazê-las?Os dirigentes máximos das religiões, que eles representam. Sem exceção. Religião e Política, não combinam. A Religião reforça-nos as bases, para que possamos obter uma clareza, que nos proporcione uma escolha certa e justa. Não procedamos oportunidades para que se criem aqui, nesse Brasil ordeiro, a presença de Aiatolás. Não deixemos abertas as portas de nossas mentes, deixando-as à mercê de idéias fundamentalistas. Não deixemos que as religiões se tornem politicas. Lutemos para que as políticas, sigam os rumos da religião cristã bem vinda e bem definida, aquela em que o Pai nos concedeu o Livre Arbítrio, para explorarmos nossos caminhos e objetivos, mas sempre cientes de que a César o que é de César. E a Deus, o que é de Deus. 

Amor e Respeito = Liberdade & Espaço

A gente precisa saber que amar é também cuidar, acariciar,fazer o bem, mas, nunca dominar,  manipular,destruir a liberdade. Por isso,aprendemos do amor a respeitar o espaço do outro,respeitar o seu momento,e ter intuição para compreender isso.Por vezes,afastar-se um pouco é mais amor do que estar junto, existem momentos que a pessoa amada quer ficar só um pouco,quer refletir. Existem momentos que não são adequados para beijos e afagos.Isso no amor romântico. Entre amigos ou colegas o princípio é o mesmo,o de não invadir o espaço do outro,sem sua permissão,saber o tempo certo de dizer algo,de dar um conselho,e o modo correto,até mesmo as palavras certas para isso. É preciso saber amar,e não só ser um amante. É necessário, muitas vezes, dizer alguma verdade,mesmo que doa um pouco,com jeitinho pode se dizer tudo,e ajudar a pessoa a se ver melhor,a entender seus pontos fracos e a crescer. Porque amar é fazer o bem,mas, precisamos saber quando , e como. Nem sempre amar é rir junto,pode ser importante chorar junto. O mais importante é saber que o amor é uma ciência,e de que tudo que um ser humano precisa é de ser amado, pois, o amor é o remédio contra todos os males psíquicos,e contra toda fraqueza.Quantas vezes uma frase, dita a seu tempo,produz efeitos miraculosos? Muitos de nós já tivemos essa experiência. Quem decide-se por amar,faz bem,mas, é preciso aprender a amar, é preciso paz para isso, é preciso empatia.Evidentemente que não podemos amar todas as pessoas com o mesmo amor,da mesma maneira,existem fases do amor,e existem momentos de paixão,e tudo aquilo que fazemos pelo próximo,teremos de volta,mas, não é por isso que fazemos,visando lucro,mas, o fazemos por termos em nós um desejo de que haja vida,haja paz, que todos vivam o melhor possível e sejam felizes,porque sabemos que precisamos de todos,e devemos ter todos como amigos,e ainda que não gostem de nós, não revidaremos,nos afastaremos respeitando o espaço do outro.
A dominação e o ciume exagerado não é amor e é perverso,todos nós precisamos de liberdade,nascemos para sermos livres e precisamos nos expressar através da liberdade. Nossas crianças precisam de liberdade, de também terem seus espaços respeitados. Eduquemos as crianças,mas, com liberdade,é preciso que elas tenham seus espaços de serem elas mesmas,de brincarem,de descobrirem por si mesmas o mundo. O que é preciso é proteção para os bebês,amor e carinho,e a medida em que crescem é preciso irmos lhes dando asas,para que cresçam seguras e descubram seus potenciais. O amor sempre liberta, o amor jamais manipula,o amor joga limpo,sabe ganhar e sabe perder,e sabe que acima de tudo está na nossas vidas,um sentimento que é muito maior que nossas diferenças,o sentimento de fraternidade por todos e pela humanidade, conhecendo que somos responsáveis pela nossa vida e pela vida do mundo. Isso é fundamental,de que tenhamos consciência de grupo, de sociedade.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011


Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas”
Martha Medeiros


A depressão é uma doença que compromete o organismo em todas as suas esferas, ou seja; a parte física, os estados de humor e, em conseqüência, o pensamento. Dessa forma a depressão muda completamente a maneira como a pessoa percebe o mundo e interpreta a realidade, expressa suas emoções e, principalmente vê suas perspectivas em relação ao futuro. Um dos grandes problemas é que, quando nesse estado, a pessoa tem absoluta certeza que essa maneira de ver e sentir a vida de forma tão negativa nunca terminará. Em outras palavras, ela pensa que  não existe possibilidade de mudança, é uma condenação perpétua a tristeza e a negatividade.
Nessa hora, infelizmente, muitas pessoas ligadas diretamente à pessoa deprimida não conseguem entender que se trata de uma doença, ficam forçando uma maneira de ver a vida mais otimista, acusam a pessoa de estar fazendo “cena” e dão conselhos dos mais diversos que só atrapalham. Procuram, por exemplo, citar pessoas ou situação profundamente tristes e desesperadoras para que o deprimido faça comparações com seu atual momento, dando a entender que sua situação nem é tão ruim… Isso só faz piorar as coisas. Os mais ignorantes ainda dizem que é “falta do que fazer”, precisa “de um tanque de roupa para lavar” e outras barbaridades similares.
É muito importante entender que mesmo parecendo apática, a pessoa deprimida está em uma ansiedade profunda.  A ansiedade, como já dissemos em artigos anteriores, é um pensamento negativo ligado ao futuro. Assim a pessoa deprimida só consegue  pensar seu amanhã da pior forma possível. É justamente por isso, que nos quadros depressivos a pessoa pensa na morte como uma solução para o sofrimento que, no entender dela, nunca mais vai ter fim.
Assim, se o futuro é visto de forma tão negativa qual é a alternativa? Simplesmente voltar-se ao presente, a atividades que exijam atenção. Não importa muito o que seja essa tarefa, desde de que exija concentração. Ler, caminhar, conversar, um trabalho não tão rotineiro; tudo ajuda muito quando mantemos o cérebro completamente ativo, impedindo que os pensamentos viajem em direção ao futuro e a sensação ruim volte. Já sabemos que nosso metabolismo está ligado diretamente aos pensamentos, ou seja, pensamento negativo é igual a sensações físicas desagradáveis e isso se torna um círculo vicioso.
Todos nós devemos evitar o tédio, já que a ciência prova que o cérebro se aborrece com a ociosidade. É como diz o provérbio popular: “mente vazia (entediada, rotinizada) é a oficina do diabo”. Quando as células cinzentas do cérebro não têm nada em que se ocupar, vêm os pensamentos negativados, o medo e o desânimo como conseqüência inevitável. Fugimos instintivamente disso, basta perceber que, quando o momento da vida não é dos melhores, evitamos ficar sozinhos e ligamos a televisão, o rádio do carro, etc. Nem percebemos, mas sabemos que estar em ócio mental é pensamentos negativos na certa!
Os estudos mostram que nosso cérebro desalinha sempre que temos tarefas fáceis demais ou que tenha uma complexidade acima da nossa capacidade. Assim, nossa capacidade de concentração cai sempre quandp o que fazemos é fácil ou difícil demais. Sempre que estamos concentrados o cérebro libera um hormônio chamado dopamina, que é um lubrificante do intelecto e também nos dá a sensação de prazer de estarmos fazendo algo que nos faz melhores.
Por isso, quando estamos fazendo algo que realmente gostamos, por mais que o corpo físico seja exigido, descansamos mentalmente. Isso se dá pela concentração que a atividade prazeirosa traz em comparação como o sofrimento e angústia da ansiedade. Evite, portanto, aconselhar férias para alguém deprimido, já que terá mais tempo para sentir-se mal pelos pensamentos negativos.
Quem está deprimido não tem ânimo nem motivação, isso só vem como resultado do esforço inicial buscando a melhora, portanto entenda e não cobre demais caso você esteja convivendo com alguém em depressão.
Infelizmente hoje em dia, em minha opinião, os remédios antidepressivos são prescritos com muita facilidade. Com quadros de tristeza, de uma distimia, os pacientes já saem dos consultórios com uma receita e, obviamente, assumindo que estão depressivos. A vida é feita de momentos tristes e alegres, e aprender a lidar com eles faz parte do desenvolvimento. Já a depressão é um vazio, uma ausência, falta ânimo para tudo, levantar, tomar banho, cuidar de si minimamente e outros sintomas que nada tem a ver com não estarmos tão felizes por uma fase da vida, uma perda etc. Por favor, não entenda que sou contra os remédios, sou a favor, desde que aplicados nos casos realmente indicados. O remédio não cura, ele apenas busca uma estabilidade mínima para que a pessoa leve adiante seus compromissos. Se o motivo que provocou a depressão não for enfrentado e mudado, a vida será sempre na faixa cinza do “vou indo…”.
Eu to lutando contra esse monstro e sei que sairei vencedora pois Atitude é Tudo......
Não se anestesiam emoções, aprendemos com elas fazendo-as de ponte para um futuro melhor!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Intolerância

Há poucas semanas, tivemos um evento pacífico (Parada Gay) que visou promover a expressão de individualidades por intermédio de grupos. 

  1. Ao longo de nossas vidas, a construção do nosso eu é altamente influenciada por todos os espaços em que transitamos, sendo que o que mais nos define como pessoas são as vivências de início de nascimento, primeira infância e juventude.Quanto ao nosso nascimento, o que conta é o ambiente. Dependendo do tipo de afeto, promoção de limites e ritmos adequados ou não para o crescimento do bebê e etc. A mente individual se formará e entenderá a vida de acordo com experiências que podem ser tanto estruturantes, como desestabilizadoras.Já na adolescência, depois desta breve, porém importante primeira estruturação do psiquismo, meninos e meninas têm a oportunidade de buscar uma personalidade mais autêntica. A intenção é a de se diferenciar. Tornar-se um. Para esse feito, adolescentes costumam andar em grupos que afirmem a conquista destas supostas novas identidades independentes.Temos inúmeros exemplos de grupos que promovem os mais variados tipos de identidades. São grupos que ampliam e criam normas e regras de conduta a respeito de si mesmos como entidade grupal, normas e regras em relação aos outros e, por fim, em relação a vida. É neste importante momento que os jovens costumam se filiar a entidades religiosas, a grupos esportivos, times de futebol, a grupos que só falam sobre internet, grupos sobre vídeo games entre outros tantos... A grande questão é que em todos estes grupos, invariavelmente, criam-se regras de conduta e de percepção da realidade. Em grupos mais antigos, as regras são conhecidas e repassadas aos novatos. Como exemplo, podemos contar sobre os grupos religiosos onde os conceitos morais além de serem estudados são vivenciados. Nos grupos esportivos, costuma ocorrer o mesmo e, nos demais, cada um ao seu modo, em meio às suas próprias leis também acaba acontecendo a explanação e passagem de sistemas com distintos valores. Na maioria destes grupos, mesmo em meio às suas variações de visão de mundo, parece que o objetivo é fazer um pacto com o mundo da realidade. Parte-se de uma identidade grupal onde se busca, de modo individual, temas para ser e estar no mundo.A questão, porém, pode tornar-se delicada na medida em que estes jovens buscadores encaminham-se para determinados grupos de conduta duvidosa. Isso se deve por conta da inexperiência frente à própria vida. Na maioria das vezes, são situações de encontro que ao acaso esbarram nos jovens quer seja por influência de conhecidos ou mesmo de amigos.Os jovens estão expostos ao mundo, querem sair do nicho familiar e devem fazê-lo, mas estes ainda não estão prontos, posto que estão em plena fase de formação de suas identidades.Todos nós sabemos o quanto de energia os jovens têm. Possuem abundância de energia física, sexual, agressiva e criativa. Por conta desta questão e por estarem se iniciando no mundo fora do ambiente familiar, devem tomar todo o cuidado e serem os mais abertos possíveis para com seus pais em relação à escolha dos grupos pelos quais se sentem atraídos ou que já freqüentam. Algumas vezes, ao longo de suas fases iniciais de vida por terem inconscientemente compreendido de modo distorcido como que poderiam expressar as suas mais diversas energias ou mesmo por inexperiência e imaturidade, muitos sem saberem tornam-se presas fáceis ao associarem-se a grupos suspeitos e de conduta duvidosa.É com muito pesar que relato que já recebi em minha clínica algumas histórias dessa ordem, onde pais trabalhadores sequer tinham conhecimento das atividades clandestinas de seus filhos.Uma das funções do nosso aparelho psíquico é a de organizar um eixo condutor que defina quem somos nós em meio a todas estas vivências. Funcionamos de modo associativo onde todas as nossas vivências se intercambiam e o resultado deste montante está no modo como cada um pensa sobre si mesmo e sobre a realidade onde vive. Deste modo, formamos as nossas identidades, os nossos conceitos Somos assim. Entendemos a realidade através destes eixos condutores. Por atração, semelhante gosta de compartilhar com semelhante as mesmas idéias, os mesmos ideais. A identidade individual se reforça neste tipo de conversa e em meio a tantos tipos diferenciados de vivências em pleno século XXI, corremos o risco de não fecharmos uma identidade única que nos dê um apaziguamento interno que nos definam como Um. É muito provável que essa garotada que busca meios violentos e regras mais rígidas de expressão grupal, em nome de se sentirem com uma identidade forte, no fundo, sintam exatamente o inverso. A identidade é frágil e oca e fica tentando a todo custo se reafirmar. Já vimos isso acontecer inúmeras vezes ao longo da história. A tentativa de se sentir fortalecida em suas identidades, pelo desespero camuflado, acontece na expressão de variadas formas de violência e de intolerância a liberdade de expressão da individualidade do outro. A partir daí, decide-se que não se gostam de determinadas etnias, religiões, opções sexuais entre outros. Nesta vertente da falta de identidade interior, a possibilidade de identificação com os grupos dos supostos valentões é infinita e altamente perigosa. Primeiro, porque ali se inventa uma identidade reativa que de modo algum preenche a questão fundamental que é o preenchimento saudável da essência do ser. Segundo, porque a vida fica num ciclo vicioso girando em torno de regras agressivas de violência, com lógicas das mais absurdas, apenas e tão somente para que jovens possam escoar de modo distorcido as suas abundantes energias e terem a ilusão de que possuem alguma identidade que os defina no mundo.Ser é completar-se por dentro, ter um sentido sagrado e amoroso em tudo o que se faz. Sentir-se criativo em qualquer tipo de função construtiva que se faça. Isso pode ser lavar pratos, ler e elaborar o que se lê e, enfim, como dito anteriormente, tudo que se faz com a intenção construtiva.Constantemente, somos atropelados por idéias e anseios de outros, quer seja do estado, de religiões, amigos, vizinhos, net, ou pelas nossas leituras. Poderia aqui citar uma infinidade de fundamentos que podem tomar posse das nossas identidades quando ainda não autoconscientes, muitas vezes promovendo estragos incomensuráveis tanto em si como nos outros.Aqui fica um alerta aos pais para que atentem quando seus filhos trazem qualquer dúvida em suas mentes e que estes mesmos pais possam estar efetivamente juntos com os seus filhos orientando-os. Sabendo que são a matriz. E, se por acaso, descobrirem algo de suspeito na conduta dos seus filhos, responsabilizem-se como pais, porém, evitem a culpa excessiva que não leva a nada. Não somos tão onipotentes assim a ponto de evitar tudo o que não seja bom. O mal existe e cabe a cada um de nós o desenvolvimento da responsabilidade pessoal para ficar no que é ético. E se necessário for, ter humildade para pedir ajuda.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

SER CRIANÇA

Entre a inocência da infância e a compostura da maturidade,há uma deliciosa criatura chamada criança. Embora se apresentem em tamanho, pesos e cores sortidos, todas as crianças tem o mesmo credo: aproveitar cada minuto de todas as horas de todos os dias e protestar ruidosamente ( pois o barulho é sua única arma ) quando seu último minuto é decretado e os adultos os empacotam e os colocam na cama. Crianças são encontradas em toda parte: em cima de, embaixo de, dentro de, subindo em, balançando-se no, correndo em volta de, pulando para... As mães as adoram, irmãos e irmãs mais velhos as suportam, adultos as ignoram, o céu as protege. Uma criança é a verdade com o rosto sujo, a beleza com um corte no dedo, a sabedoria com um chiclete no cabelo, a esperança do futuro com uma rã no bolso. Quando você está ocupado, uma criança é uma conversa fiada, intrometida e amolante. Quando você deseja que ela cause boa impressão, seu cérebro vira geléia ou ela se transforma numa criatura sádica e selvagem empenhada em destruir o mundo ao seu redor. Uma criança é um ser híbrido: o apetite de um cavalo, a energia de uma bomba atômica de bolso, a curiosidade de um gato, os pulmões de um ditador, a imaginação de um Julio Verne, o retraimento de uma violeta, o entusiasmo de um bombeiro e quando se mete a fazer alguma coisa é como se tivesse cinco polegares em cada mão. Gosta de sorvete, canivete, serrote, pedaços de pau, bichos grandes, dos pais, sábados, domingos e feriados e mangueiras d água. Não é partidária do catecismo, escola, livros sem figuras, lições de música, colarinhos, barbeiros, agasalhos, adultos e "hora de dormir". Ninguém se levanta tão cedo , nem chega tão tarde para o jantar. Ninguém se diverte tanto com árvores, cachorros e mosquitos. Ninguém é capaz de colocar num só bolso: um canivete enferrujado, uma maçã comida pela metade, um metro e meio de barbante, um saco plástico, dois chicletes, três moedas, um estilingue e fragmentos de substância ignorada. Uma criança é uma criatura mágica; você pode mantê-la fora de seu escritório, mas não pode expulsá-la de seu coração. Pode pô-la fora da sala de visitas, mas não pode tirá-la de sua mente. Queira ou não, ela é seu captor, seu dono, seu patrão, um nanico, um saco de encrencas. Mas, quando, à noite você chega em casa com suas esperanças e seus sonhos reduzidos a pedaços, ela possui a magia de soldá-los num segundo, pronunciando duas simples palavras: "Alô Vovó