sábado, 3 de novembro de 2012

E ai vamos ficar de Braços cruzados????


“Privatizar o Maracanã mostra cegueira histórica sem precedentes do Governo”, diz membro do Comitê Popular da Copa.

Seguindo a velha sanha privatizacionista dos governos neoliberais brasileiros, o atual governo perpetua a prática de gastar dinheiro público em grandes obras e, depois, transferi-las par o capital privado. Os custos são sociais; os lucros privados. Quando faremos diferente?

Edital de licitação apresentado na segunda-feira prevê demolição do Julio Delamare, Célio de Barros e Museu do Índio

Em 1983, Moraes Moreira expressou em versos a melancolia do rubro-negro com a transferência de Zico para a Udinese, da Itália, indagando “e agora, como é que eu fico nas tardes de domingo sem Zico no Maracanã?”. Se, cerca de trinta anos depois, um novo baiano surgisse para cantar a tristeza do torcedor carioca, bastaria perguntar “como é que eu fico sem o Maracanã?”.
Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva concedida por Régis Fichtner, chefe da Casa Civil, e Márcia Lins, secretária de Esporte e Lazer, o Governo do Estado do Rio de Janeiro apresentou o edital de licitação do complexo esportivo do Maracanã.
Trocando em miúdos, o projeto prevê a concessão das dependências do estádio, que englobam o Maracanãzinho, parque aquático Julio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros, à iniciativa privada pelos próximos 35 anos ao preço de R$ 7 milhões ao ano, que não cobriram nem 30% do valor investido na atual obra do estádio.
Procurado , o membro do Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas, coletivo criado para fiscalizar as obras com vistas aos grandes eventos esportivos que o país sediará, Gustavo Mehl classificou a privatização do estádio do Maracanã de “cegueira histórica sem precedentes”.
“A minuta do edital lançada ontem (segunda-feira) escancara a visão do Governo, que entende o Maracanã como um equipamento rentável, de consumo. Essa perspectiva é antagônica à da sociedade civil, que enxerga no estádio um bem sociocultural da cidade e do Brasil”.
Comparando a obra atual com a construção do estádio, em 1950, o jornalista integrante do Comitê Rio expôs as diferenças entre os projetos.
“Quando o estádio foi erguido, houve a preocupação em realizar uma divisão setorial proporcional à abrangência de classes sociais da cidade, possibilitando que todos fossem capazes de ir ao Maracanã acompanhar os jogos. Já este novo estádio que está sendo gestado visa atender somente os interesses econômicos dominantes e será frequentado basicamente pelas elites”, afirmou.

Julio Delamare e Célio de Barros
Durante a entrevista do dia 22, realizada no Palácio Guanabara, sede do Governo, Régis Fichtner ressaltou que a concessionária vencedora irá responsabilizar-se pelas obras, da ordem de R$ 400 milhões, de demolição do Julio Delamare e do Célio de Barros para erguer um museu do futebol, amplo estacionamento, bares e restaurantes. Os equipamentos esportivos seriam reconstruídos em área próxima que abriga atualmente um quartel do Exército.
Para viabilizar a derrubada das instalações, o prefeito Eduardo Paes assinou, na própria segunda-feira, decreto autorizando o destombamento das construções, que haviam recebido a honraria em 2002.
Quanto à previsão de reerguer o Julio Delamare e o Célio de Barros no entorno do Maracanã, Gustavo demonstrou-se cético. “Aos olhos do empresário que assumir o controle do complexo, será descabido investir nessas obras, pois a prática de esportes nesses espaços constitui-se como um projeto social, que não dá lucro”.
Mantido na área do complexo, o ginásio do Maracanãzinho, que passou por obras no valor de R$ 92 milhões antes dos Jogos Pan-Americanos de 2007, sofrerá reformas. A principal delas atenderá uma necessidade imposta pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que exige a construção de duas quadras de aquecimento em instalações olímpicas.
Para que as quadras sejam erguidas, a escola municipal Arthur Friedenreich, que funciona no complexo, será retirada do local. O terreno que a instituição de ensino ocupará ainda não foi definido e ela segue com seu futuro incerto.

Comitê prepara ação
Para o lançamento oficial do edital de licitação, resta ainda uma última etapa. O Governo do Estado, cumprindo obrigatoriedade legal, convocou audiência pública para discutir o projeto apresentado.
Após confirmar a presença de integrantes do Comitê da Copa no evento, Gustavo Mehl mostrou preocupação com o andamento da audiência. “No processo de licitação das obras da Linha 4 do metrô, o Governo ignorou as opiniões dadas pelas associações de moradores. Esperamos que, desta vez, a atitude seja mais democrática, na forma de uma consulta real”, ressaltou.
Marcado para as 18h do dia 8 de novembro, a audiência pública acontecerá no Galpão da Cidadania, na Rua Barão de Tefé, 75, bairro da Saúde.

Museu do Índio
Fora da seara esportiva, o prédio que sediava o Museu do Índio também será demolido pela concessionária vencedora da licitação. A construção, datada de 1853, foi a primeira sede da instituição criada pelo sociólogo Darcy Ribeiro. Abandonado pelo poder público, o prédio é atualmente habitado por cerca de 20 indígenas.
Questionado sobre o destino da chamada Aldeia Maracanã, o governador Sérgio Cabral saiu-se com uma declaração no mínimo impensada. “Isso não é problema meu, cabe apenas à Funai (Fundação Nacional do Índio)”.
A polêmica sobre a derrubada do edifício, aliás, vem desde a semana passada. Em cerimônia realizada na quinta-feira, Sérgio Cabral afirmou que a retirada do prédio ia de encontro a uma exigência da Fifa. Porém, pouco depois, a entidade máxima do futebol veio a público externar que nunca pediu a demolição do antigo museu.
Corrigindo-se Cabral afirmou que a exigência era indireta, através da cobrança de maior mobilidade e capacidade de escoamento de público. Completando, o governador declarou que o local “não possui valor histórico” e está “no meio do caminho de uma concepção de segurança e conforto” para os futuros frequentadores do estádio.
Mobilizados, os índios, liderados por Carlos Tucano, estiveram presentes à Assembleia Legislativa (Alerj) em busca de apoio por parte de parlamentares e prometeram “não arredar o pé” do prédio. O recado do cacique, aliás, é o melhor exemplo a ser seguido por arquibaldos e geraldinos, atualmente alijados do seu Maracanã.

sábado, 13 de outubro de 2012

A grande roda da vida...


A roda da vida vai girando e mudando as coisas de lugar.
Embalados pelo movimento, só vamos percebendo estarmos lentamente sendo conduzidos de um lado para o outro. Mas se, por razões diversas, nos afastarmos das obrigações do dia a dia, das preocupações do cotidiano, poderemos perceber o fluxo natural da vida, do qual fazermos parte, como atores e espectadores.
O quanto fica mais leve a vida à medida que vamos compreendendo seus enigmas, suas sutilezas, sua naturalidade.
Novas gerações vão chegando, enquanto as mais velhas vão deixando o palco livre para o próximo ato. É a arte da vida.
O importante é, enquanto estamos em cena, fazermos o nosso papel com prazer, com alegria, com entrega, para que não sejamos superficiais o suficiente para não sentirmos a própria vida.
Cada um escolhe ou é escolhido para atuar, a ordem das coisas não importa, o que importa é como se faz.
O tempo muda, as coisas mudam, as pessoas mudam. Mudam os valores, mudam os amores, mudam os sabores. Caminhar pela vida é isto: uma eterna aprendizagem, onde o que importa é o que se faz com ela.
Aprendizado guardado na gaveta não serve para nada, aprendizado só tem valor quando promove mudanças, se torna o indivíduo melhor.
As ideias aqui contidas são oriundas de várias experiências antigas e recentes com a vida, traduzem resumidamente o pensar e o sentir de uma vida, que de alguma forma cumpre o seu papel.
É assim que tenho pensado a vida, como sendo ela um texto que vamos escrevendo e vivendo a cada momento.
Tenho relativizado o conceito de certo e errado, pois eles se confundem no contexto do texto. À luz da atualidade, muito do que foi certo já não é mais, e o que fora errado se tornou certo: é o efeito da roda da vida.
Para mim, a roda da vida não gira num eixo fixo, ela gira elipticamente, mudando sucessivamente seu trajeto.
Portanto, quando achamos que percorremos 360 graus e voltamos ao ponto de partida, na verdade fizemos uma trajetória nunca antes percorrida e chegamos onde nunca estivemos.
Talvez o desafio da humanidade seja compreender esta dinâmica, e, junto com ela, progredir dentro de um plano maior, ao contrário de ficar se debatendo, aprisionada a velhos conceitos de preconceitos.
Nos apegarmos a coisas, pessoa, ideias é corrermos riscos – mais provável  de nos acorrentarmos, enquanto a vida passa, e a eles ficarmos ainda mais presos à medida que nos damos conta de que perdemos o bonde da nossa própria vida, e o apego é o que nos resta.
Se quisermos ser mais felizes, ou pelo menos termos mais histórias interessantes para contar, precisamos nos desapegar, deixarmos nos levar pelo fluxo da vida que corre dentro de nós, e se expressa através das escolhas que fazemos. O outro? Ah! O outro é um companheiro de viagem, nada mais, pois pode descer em qualquer estação, enquanto a nossa viagem continua.

sábado, 1 de setembro de 2012

Sem Medo de Ser Feliz!!!!


Dou por mim a pensar na vida. Não penso numa vida qualquer, penso apenas na minha vida, aquela que é mais importante de todas. Penso que à minha volta nada muda, compete sim, ser a autora de todas as mudanças para em cada dia ser um pouco mais feliz. Resolvo deixar para trás todo o meu passado e não lamentar-me mais sobre a forma como aconteceu, sobre como vivi ou sobre o que podia ter sido se tivesse agido de uma outra maneira. Sei, que do passado jamais posso corrigir os meus erros, posso sim, aprender com eles para não os repetir. Porquê remoer-me? É ao errar que se aprende, é aprendendo que se vive e se há coisa que não tenho dúvidas, foi de ter vivido, muito ou pouco, mas vivi.
Não me arrependo de ter amado as pessoas que amei. Posso até não ter sido amada por algumas delas ou até ter permitido que me magoassem e traíssem a minha confiança. Podem até me desiludirem com as suas falsas esperanças naqueles momentos menos esperados, quando eu achava que elas podiam fazer mais, agir mais. Hoje, continuo a amá-las, só com uma pequena diferença. Eu não as posso mudar, eu não preciso delas para percorrer o caminho da minha vida, porque seria demasiado pesado para elas, saber que a minha vida dependia delas e que se por acaso a sua ausência viesse acontecer, a minha vida não faria mais sentido. Acima de tudo, respeito todas as formas de ser, por mais que eu não concorde ou se desviem dos meus parâmetros. Não é por isso que as vou deixar de amar. Amar é saber abrir mão e deixar partir, mesmo que essa partida nos entristeça. Amar, não é ficar presa a olhar ou à espera que a nossa pessoa  venha até nós e retribua todos os sentimentos. Amar não é ficar parada e erguer as mãos para o céu, procurando por um Deus e suplicar para que nos traga um amor para a nossa vida em troca de uma felicidade que não existe.
Hoje, não quero responsabilizar ninguém por não ser tão feliz como desejava. Vou sim agradecer a Deus em todos os amanheceres, por ter mais uma oportunidade de ser melhor a cada dia que passa e pedi-lhe que da minha boca saiam palavras e gestos de amor. Vou pedir a cada amanhecer que me dê força para mostrar aos meus problemas, como são pequenos diante de uma grandeza enorme. Vou colocar de lado todo o meu sofrimento que a doença pode causar, daquilo que eu posso ver ou ouvir, para deixar de sofrer por antecipação ou atrair para a minha vida, angustias onde elas não existem por pensar que em mim, só acontece as coisas piores. A partir de hoje, vou tentar ser eu mesma, sem me preocupar em agradar terceiros, sem me preocupar sobre o que pensam de mim. Eu vou ser aquilo que eu quero ser, sem que tenha necessidade de sorrir sem vontade ou dizer palavras amorosas só com a necessidade de quem as deseje ouvir. Direi não quando for preciso e não vivo obcecada em atingir a perfeição. Hoje vou viver a minha vida sem medo de ser feliz.

Que moral vc tem se vendeu o seu Voto????



Que Moral vc tem? se vc vendeu seu voto?

por Alice Moreira, Sábado, 1 de Setembro de 2012 às 13:11 ·

Começa o ano de 2012, ano eleitoral, quando nós cidadãos seremos exaustivamente lembrados pelos políticos. É quando muitos eleitores resolvem fazer um giro, mas acabam fazendo um jirau. É bastante comum ouvir gente dizendo que vai é vender seu voto. Então surgem frases do tipo “Eu tô valendo 50 reais”, “meu voto depende de quanto vão me dar”, “é ano de eleição, tô precisando mesmo de uns materiais de construção”, “eita que esse ano eu vou encher a cara de cachaça que os políticos vão me dar” entre outras frases típicas de quem está prestes a vender ouro 24 quilates e receber como pagamento um monturo de esgoto seco.

Quem vende seu próprio voto não ganha nada com coisa nenhuma. O pagamento que o político mau caráter vai te dar pelo seu voto é ouro de tolo, é mais sem valor que a própria palavra do tal político que está pagando pra você votar nele.

Aí tem gente que diz assim: “Ah só o meu voto não vai fazer diferença”. Outro fatal engano. O seu voto é tão importante que os políticos o disputam a tapa e baixarias. E quem disse que seu voto não faz diferença? Veja bem, de grão em grão a galinha enche o papo, de tijolinho em tijolinho se levanta um enorme edifício, de fio em fio a cabeça fica repleta de cabelos, de gota em gota a chuva inunda uma cidade, uma região inteira. Sim! O seu voto faz toda a diferença. E eles (as criaturas, os políticos) sabem tão bem disso que criam em cada eleitor a ilusão de que na verdade um ‘votinho’ só não vale nada.

Pense bem numa coisa eleitor de cada município deste Rio de Janeiro: se o político te dá umas latinhas de Tinta, banca festinhas  ou coisas do tipo , em 4 anos como prefeito ou vereador ele vai se sentir livre pra lhe roubar milhões de reais, como vemos todos os dias acontecendo, e enquanto você vai ficar morando numa casinha construída com o dinheiro que ele te deu, aquele político que comprou seu ouro, digo, seu voto, vai roubar seu dinheiro e construir mansões, e até castelos, para ele e seus puxa sacos e nomeados (sim alguns tem a família toda lotada em algum lugar e na maioria das vezes só aparecem para assinar o ponto). 

Se o político te dá uma passagem para você vir com alguma pessoa doente pra Centros Urbanos, por exemplo, ele não está tirando do bolso dele não, ele está utilizando o dinheiro da prefeitura, que está lá tanto para oferecer um sistema de saúde de qualidade quanto para ajudar as pessoas da cidade no que for preciso. E enquanto você está achando a maior vantagem vender o voto em troca de uma passagem, eles (os político(as) que compraram seu voto) vão é roubar, digo, desviar, dinheiro e comprar um monte de “Hilux” e “Rangers” pra ele, pra mulher, pra filharada, enquanto você e seus parentes doentes vêm numa ambulância caindo os pedaços.

Então todos os dias alguém diz assim: “Eu não gosto de política, os políticos são todos corruptos”. E quando você pensa e diz isso o político corrupto se alegra e diz “ô coisa boa, olha aí mais eleitor fácil de ser enganado!”.

Sim, muitos deles são corruptos, afinal, compram votos e depois roubam muiittooo dinheiro, mas muito mesmo, e é o seu dinheiro que ele rouba, o suado dinheirinho do eleitor que vendeu o voto! Ele compra seu voto por R$ 200,00 e depois lhe rouba R$ 200.000,00 mil em uma só obra superfaturada. E isso é só um exemplo.

Sim, muitos deles, as criaturas politiqueiras, são corruptos. Mas que moral você vai ter para apontar o dedo pra um político se você vendeu seu voto? A corrupção começou bem aí. O voto não é pra ser comprado, os políticos sabem disso. Mas o voto também não é pra ser vendido, pois também é um ato de corrupção.

Quem rouba um mercadinho tem moral pra chamar o outro de ladrão? Não. Quem vende o corpo pra se prostituir tem moral pra apontar quem também se prostitui? Não. Quem trai tem moral pra chamar o outro de traidor? Não. Quem vende seu próprio voto tem moral para chamar os políticos de corruptos? Também não, pois vender o voto é praticar corrupção e cometer o mesmo crime. 

Portanto, neste ano de eleições municipais olhe bem pra cara do político salafrário que vier lhe oferecer dinheiro, massará, material de construção, remédio, emprego pra alguém da família, passagem, bolsa de estudos pros filhos, ingresso pra show, cachaça e etc. Vale bem um dito popular “o diabo tem uma mão tapada e outra furada”. Olhe bem pra cara do político comprador de voto pra na hora você não acabar votando em uma pessoa que te trata como um lixo e que te compra o ouro de verdade que você tem (o voto) e te paga com ouro de tolo.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Relacionamentos X Mentiras


Não dá para conviver com o fantasma da desconfiança
Por mais que a gente acredite que não vai fazer mal contar uma mentirinha para o(a) parceiro(a), uma coisa é certa: a mentira tem pernas curtas. Não existe mentira positiva. Todas são negativas e têm poder suficiente para acabar com qualquer relacionamento, já que a base mais sólida das relações humanas é a confiança. “A pior coisa que existe é uma pessoa descobrir que foi enganada. Por isso, mesmo que a verdade seja dolorosa, é melhor optar por ela”, E se você não for capaz de fazer isso, assuma seu erro o mais depressa possível, diga que mentiu, porque assim sua chance de ser perdoado(a) é maior. É mais fácil perdoar uma fraqueza momentânea do que uma mentira. E também é mais fácil perdoar o(a) mentiroso(a) que assume a sua fraqueza do que perdoá-lo(a) quando sabemos da mentira através de outra pessoa”. O fato é que o relacionamento deixa de ser saudável no momento em que a mentira entra em cena. A partir daí, quem mente passa a conviver com dois fantasmas: o da mentira e o do medo de ser desmascarado(a). Talvez, por isso mesmo, muita gente começa a acreditar na própria mentira: é como se, assim, pudesse se defender. Se for descoberto(a), o único caminho é assumir que errou, que foi covarde. “Bater o pé e persistir na mentira só vai piorar as coisas”. Como a mentira interfere na relação amorosa? Danos irreversíveis, porque o amor saudável se baseia, principalmente, na confiança entre os parceiros. Sem confiança, não há tranqüilidade e o amor não se desenvolve. “Quando um parceiro perde a confiança no outro, o relacionamento acaba”. É preciso lembrar também o quanto é dolorosa a sensação de sentir-se traído(a). A pessoa que mente dificilmente é perdoada e o parceiro(a) enganado passa a desconhecer e a questionar quem é aquela pessoa. E o que é mais devastador: ao tomar conhecimento da mentira, o(a) parceiro(a) passa a acreditar que todo o relacionamento é uma grande mentira.
Veja os efeitos devastadores que a mentira causa à relação:
Decepção – a descoberta de que o(a) parceiro(a) não era exatamente quem a gente pensava que fosse.
Sentimento de fracasso – por ter cometido ume erro de avaliação e ter se apaixonado por alguém que não é confiável.
Desconfiança – incapacidade de continuar apostando na relação.
Ressentimento/mágoa – por se sentir desconsiderada(o) não importante, desrespeitada(o).
Desrespeito – o parceiro(a) enganado(a), insconscientemente, se vinga do mentiroso.
Desinteresse – o enganado passa a ver o mentiroso como uma farsa.
Ruptura – o amor não resiste muito tempo, e mesmo que o sexo seja maravilhoso, também passa a ser questionado como possível encenação.
Afinal de contas porque Mentir ou Trair?????
Pensem nisso antes de causarem uma dor irreparável

domingo, 12 de agosto de 2012

A Trilogia - Vilões do Relacionamento - Parte 3ª -Jogos de Poder


“Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta deamor. Um é a sombra do outro.”  - Carl Gustav Jung
Nascemos submetidos pelos adultos e morremos submetidos pelo corpo cansado.
Entre um evento e outro brigamos por submeter algo ou alguém. É assim que a vida acontece.
                  assim que sentimos pela vida toda !
Não gostamos de admitir, mas a verdade é que o poder nos fascina.
O poder enquanto relação de hierarquia sempre está presente, goste ou não.
Sempre haverá alguém mais culto, inteligente, bonito, simpático, esperto e sociável que você. A voz de comando sempre pertece àquele que domina uma habilidade ou tem um atributo valorizado socialmente.
Mesmo quando uma pessoa abdica de algum poder ela busca o poder de saber que não se submete.

Relacionamento amoroso

Existe um tecido delicado de forças num relacionamento amoroso. Enquanto há recompensa de poder a relação perdura. É como se houvesse uma balança que equilibra os créditos e os débitos emocionais.
Se você sente que fez algo para o relacionamento de modo “desinteressado” inconscientemente está em crédito emocional. Quando a pessoa retribui essa balança se equilibra de novo.
Uma mulher que se submete a um marido alcóolatra por muitos anos certamente sente o poder de ser alguém que luta pela família. É comum as esposas de ex-alcoolistas adotarem uma postura maternal com outras pessoas que não o marido. É um prazer secreto por se sentir superior ao marido “bebum”.
Mesmo quando submetida a pessoa busca o poder na sensação de resistência e lealdade àlguma causa.

Os disfarces de poder

A sensação de muitas pessoas boas pode ser fruto de uma sede de poder. Querem ser as mais caridosas a ponto de recusarem elogios e se assumirem incapazes de tanto. O poder de ser moralmente superior. É comum os bondosos permanecerem ressentidos daquilo que tem que abrir mão em favor do bem.
As mentiras que contamos diariamente são tentativas de sustentar nossa sede de poder. Mentimos para simular um bem-estar e boas relações com o intuito de ficar por cima.
Traduzo autoestima como o desejo de se sentir importante aos olhos dos outros. Quem sente a baixa autoestima é porque não conseguiu se sentir importante para alguém.
As amizades podem ser palcos para disputa de poder. Alguém da turma é sempre elegido como a vítima e os demais seguem como  alfa.

 Os meios

A questão é que o relacionamento amoroso será um palco de competição. É um comércio de amor. Um tentando dominar as vontades do outro. É nesse jogo que a maior parte dos relacionamentos estaciona.
Disputam atenção, risos, convites, olhares e admirações que trazem aquela sensação de bem-estar.
Brigas de casal
Veja como isso é desastroso numa relação amorosa, pois ao sustentar o poder pessoal o casal perde a medida do compartilhamento. Inconscientemente vêem o parceiro como um oponente, alguém que atrapalha sua felicidade. 

Mais brigas.

Já notou numa discussão que ambos querem ter a razão? Não é a razão ou respeito que buscam, mas a posição de superioridade.
As brigas são resultados dessas disputas de poder. O casal com o tempo fica testando um ao outro em sua capacidade de amor. Quem demonstra mais está por cima e o outro vai ficando amorosamente humilhado. Para recuperar a sensação de poder aquele que está por “baixo” pode reconhecer com gratidão aquilo que recebeu ou pode atacar o outro a fim de que desça também. O ciclo é interminável.

Términos de relacionamento

Quem é deixado perde o poder, quem deixa ganha. Quem foi deixado dirá muitas coisas para superar sua queda. Tentará encontrar mil explicações para amenizar a sensação terrível de ouvir “não gosto mais de você!”. E novamente tentará superar (tradução = ficar por cima) o término do relacionamento.
O que nos causa dor é ter a sensação do ego massacrado e sem perspectivas de algo mudar.
Por essa razão é tão difícil assumir que perdeu um relacionamento.

A recusa do poder

Para quebrar esse ciclo é essencial meditar sobre o quanto de autoimportância você quer dar numa relação. Você quer ser feliz com alguém ou provar que ninguém domina você? Quer ter o controle ou ser surpreendido pela vida? O amor, enquanto abertura para novas movimentações emocionais, fica bloqueado quando poder entra em ação, daí a dificuldade de simplesmente amar.

sábado, 11 de agosto de 2012

A Trilogia - Vilões do Relacionamento -Parte 2º Apego



Falei sobre a carência e como ela corroi os relacionamento.


Apegado? Eu?
O apego nasce do desejo de que as coisas fiquem sobre nosso controle. É uma vontade de que tudo permaneça imóvel, como está, sem alterações ou movimentos imprevisíveis.

Origem

Há um processo natural de desmame que a criança vai lentamente se desapegando do corpo da mãe e criando a representação psíquica dela.
Depois a criança usa o paninho, o travesseiro e começa a se relacionar com o mundode forma ampla expandindo o símbolo da mãe.
No entanto, esse desmane pode não acontecer de forma tão saudável quanto gostaríamos, normalmente não é. No meio do caminho acontecem falhas mais graves, ações menos intensas, descuidos e acidentes.
A capacidade da criança de se desligar de algo com segurança fica abalada.Essa repercussão pode se arrastar por uma vida inteira.
O apego é inabilidade de deixar que o fluxo natural da vida aconteça.

Desafio

Faça um exercício: você seria capaz de partir agora mesmo e ir para um lugar absolutamente estranho?
Esse pequeno treino mental é o suficiente para você identificar no que é apegado.
A segurança que buscamos em nossas emoções direciona a qualidade da vida que levaremos. Quanto maior a sede por segurança, estabilidade e previsibilidade maior o nível de sofrimento.

Nos relacionamentos

Quando você se apega à pessoa que ama, na realidade está apegado ao conforto que a presença dela causa em você. Você está condicionado à sensação de constância e continuidade que a imagem da pessoa amada provoca. Quando ela muda algum comportamento habitual ou rompe a relação a grande ferida é naquele tecido sutil que compõe nosso psiquismo.
O desespero de um rompimento é por conta da quebra interna da segurança que investimos por muito tempo.
 frase já revela um engano crucial. A pessoa já vivia sem ele, antes que o encontrasse, vai sobreviver depois. O que ela não vive é sem a sensação de aparente segurança e poder que o apego provoca.
Ela precisa ampliar o direcionamento de seus interesses para além da fixação que criou em torno de uma pessoa. É um processo que parece doloroso exatamente pelo vício emocional da pessoa apegada.

Na vida

O apego é a resistência à mudança e vida é movimento contínuo. O apego é uma postura psicológica que impede a vida de prosseguir. A pessoa apegada tenta interromper o fluxo natural dos acontecimentos tentando impedir que o tempo passe, as coisas se alterem e as pessoas mudem.
A pessoa apegada de tão possessiva nem percebe que ela própria está privada de liberdade.
O apego é a ansia por congelar a realidade, manter cada coisa como se fosse a mesma. Mas como paralisar pensamentos, sentimentos e pessoas para que não mude? Como deter a passagem do tempo incessantemente?

Mudança

O não-apego é um treino mental continuado. Algumas pessoas confundem desapego com não-envolvimento. Para se desapegar é necessário o envolvimento. No entanto, para evitar a sensação de colapso de seu sentimento de estabilidade a pessoa evita qualquer tipo de envolvimento. A frieza emocional não poupa ninguém, apenas adia o problema. A pessoa fria está apegada na imagem de desapego, é só uma outra forma de fixação mental.

 Exercício

Faça um exercício mental diário. Se desfaça de pequenas ideias que você acha que definem você. Quetione suas caraterísticas mais singulares? Reflita sobre como seria ter uma outra realidade que não essa. Faça um treino para a morte, o desapego final! Pense na sua vida cabendo em apenas uma mala de viagem, o que colocaria ali?
Essa série de 3 posts tem o objetivo de falar de 3 vilões de relacionamentos amorosos. Ontem falei de carência, amanhã falarei sobre o poder.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A Trilogia - Vilões do Relacionamento -Parte 1ª Carência


Nascemos desprotegidos, vulneráveis, passivos e carentes. Dependendo de como essa vida foi levada à diante essa é a fórmula perfeita para um desastre a longo prazo.
Insaciável
Somos seres necessitados! Necessitamos de água, comida, sol, pessoas, amor, lazer, trabalho, sexo, crescimento e sentido de vida. Buscamos atender nossas necessidades a todo momento.
A maneira que atendemos as necessidades determina o modo como viveremos pela vida toda. Podemos cultivar uma mente insaciável, voraz e exigente em relação às vontades.
A fome é uma necessidade básica, isso não quer dizer que você deva atendê-la sem critério, direcionamento e parada. Para atendê-la você pode escolher um cardápio saudável, preparar sua comida, convidar alguém para compartilhar do alimento e se saciar com uma quantidade razoável.
Mas além da fome queremos matar a carência.

A origem

A carência é uma ilusão emocional que criamos na tentativa de compensar uma “falta” que tivemos ao longo da vida. Atribuimos essa falta aos pais. Lamentamos que eles não deram tudo aquilo que gostaríamos.
Para o insatisfeito sempre houve menos amor, atenção, tempo e incentivo do que gostaria. Carência emocional é essa reivindicação não atendida dos pais.
Se parasse por aí seria bom, o problema é que continuamos a exigir atenção exclusiva, intensa e constante de tudo o que transita ao nosso redor.
Bebemos agua do mar e quanto mais bebemos maior a sede.
Exigimos algo de outra ordem que nada tem a ver com o momento presente.

Escravidão

O carente é escravo de receber. Só receber.
A pessoa carente entra numa relação amorosa esperando receber do outro tudo aquilo que fantasia merecer. Sente-se no direito de ser recompensada por cada gesto, afago ou elogio que dá. Na realidade é uma falsa doadora, espera receber na mesma moeda e com juros.
A pessoa carente se mostra frágil e dependente de atenção e provoca a sensação de que por mais que receba nada basta ou é suficiente.

No relacionamento amoroso

Essa base de relação é a maior causa de desastres emocionais, pois a carência é mãe do ciúmes, da inveja, das exigências sem sentido, das brigas por atenção exclusiva, do tédio e do sentimento de insuficiência de uma relação.
Depois de um tempo de relacionamento nada que o outro faça é o suficiente, o nível de exigência vai aumentando e criando uma demanda insustentável. O carente exige mais e mais, votos de compromisso, lealdade, integridade, exclusividade e tentar manter a pessoa amada numa redoma de vidro.
O carente faz isso nos relacionamentos e na vida, pois nem percebe que sempre está tentando cativar a atenção dos outros.
Pessoas exibidas são carentes, os barraqueiros igualmente, os pegajososjá são conhecidos, mas as pessoas frias também (quanto maior a carência maior a proteção numa casca de autossuficiência).

Maneira que vê o mundo

A pessoa carente sempre tem um pensamento de escassez. Tudo pode acabar a qualquer momento, está sempre mesquinhando emoções. Grita em seus pensamentos que algo desastroso vai acontecer. Por isso pode se transformar em possessiva daqueles que agarram você de fato e aqueles que usam de artimanhas emocionais para manter você numa teia psicológica.

O que seria uma pessoa não carente?

Seria alguém que não responsabiliza alguém ou uma situação para abastecer suas necessidades. Ao inves de pedir ou receber algo ela possibilita experiências em conjunto. Sabe que a vida não acontece quando você recebe mas quando você possibilita um espaço em que algo produtivo aconteça. A pessoa não-carente proporciona um espaço como alguém que abre uma roda de dança para que cada um se manifeste livre, sem exigências, pressão ou formato definido.
A base da não-carência é a generosidade desprendida. Se quer deixar de ser carente ofereça algo de si para alguém livre dos resultados.
Essa série de 3 posts tem o objetivo de falar de 3 vilões de relacionamentos amorosos. Amanhã falarei sobre o apego e depois sobre o poder.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Quando vira Nó


Reprimir, impedir de desenvolver-se, sufocar uma revolta... Será que uma pessoa tem esse direito sobre o outro? Será que se pode cobrar do outro meus próprios sentimentos de insegurança e carência?
Claro que a resposta é não. Mas muitos se acham com esse direito, sem se dar conta de que a “relação esta subindo no telhado”, vestem a máscara de bonzinhos, fazendo tudo em nome do bem estar do “outro”. Querer proteger, cuidar, dar presentes em nome dessa proteção, que no fundo se torna uma arma para chantagear e manter o outro nessa bolha de sufocamento. É a cobrança pelos “bons gestos” prestados.
E a teia vai crescendo, o outro achando o máximo no começo ter alguém que cuide, que dê atenção, que proteja, aos poucos começa a perder sua própria identidade, pois substitui pelos sonhos, projetos e decisões do outro.
O Sufocador (a) , continua a não se dar conta do prejuízo que causa a si mesmo, pois acabará ficando só, seu ego não permite ver que o mundo não gira em torno do seu umbigo. Muito menos percebe o tamanho de sua insegurança disfarçada em autoritarismo, imposição e agressividade a cada vontade do outro de criar asas, de ter um sonho ou espaço individual.
Encontrei em um fórum o claro exemplo do sufocador em ação:
"Mulheres me ajudem, como faço para não sufocar a minha namorada? Como fazer ela sentir a minha falta?
Gente, gosto de ligar toda hora, de passar mensagens, de dengar, de falar que a amo muito toda vez que ligo, em fim, passo para ela toda hora segurança e tem algumas vezes que eu não sou correspondido do jeito que eu espero, como fazer para ela sentir a minha falta e fazer tudo que eu faço pra ela?"
Observem que ao mesmo tempo que há um pedido de ajuda para mudar, logo adiante ele faz a cobrança pelos “bons gestos” ao dizer que não é correspondido do jeito que espera, e quer de volta tudo que faz por ela. Quem faz algo para o outro esperando receber em troca, esta se relacionando de forma equivocada! Por que ao invés de fazer pelo outro esperando retribuição, não faz diretamente para sí mesmo? Então devo maltratar, ignorar ou desdenhar minha parceira? Não. Estamos falando em equilíbrio, em sensatez, em pensar em seus próprios sentimentos e saber que cada um é responsável por si mesmo. Em não ficar esperando que o outro seja responsável em dar-lhe algo que sente falta.
Pensar que nunca será traído é um bom motivo que o sufocador (a)  também encontrou para pensar que consegue controlar o mundo do seu relacionamento. Ligar insistentemente, mandar mensagens, disponibilizar alguém para controlar em seu lugar, conversar com parentes, amigos, vigiar Orkut, MSN, email, Twitter, Celular... É mesmo uma forma de cuidar? O sufocador (a)  vestiu uma armadura falsa para que nada atinja quem cuida, nada o atinja, mal sabendo que seu pior inimigo esta dentro da propria armadura. 
Porque a ilusão de que o parceiro (a)  deva ficar sob nossa supervisão nos dá a sensação equivocada de segurança... mas enquanto tentamos vigiá-lo (a), perdemos também a nós mesmos, desviamo-nos de nosso próprio caminho para seguir um caminho que não existe, que não é o nosso e também não é o da pessoa amada” E ainda mais Porque definitivamente, pressões e cobranças não são garantia de fidelidade. Nunca foram, mas atualmente, atitudes como estas parecem estar garantindo bem mais o exato oposto, ou seja, que haja menos tolerância e disponibilidade para fazer dar certo, que a relação acabe mais rapidamente ou que sobreviva permanentemente doente...
Infelizmente, muitas vezes nos damos conta do quanto estávamos perdidos dentro de um relacionamento e o quanto estávamos transferindo nossas neuroses e inseguranças somente quando perdemos um grande amor! 
Precisa acrescentar mais alguma coisa depois disso? Quer ver outro exemplo de sufocamento pelo lado do sufocado: Veja:
O que fazer com um ser grudento? Não  aguento mais.  
E geralmente o sufocador (a) não escuta mesmo. Persiste na idéia fantasiosa de que faz o bem, e o malvado é quem quer dizer que ele não esta correto. Criam uma defesa para suas próprias emoções doentias, que as vezes não conseguem nem acordar, vira a doença da POSSESSIVIDADE. Pior quando entram na fase dos presentinhos e estar sempre disponível quando a parceira precisar. Ligue o sinal de alerta sufocada, você pode estar mesmo em perigo!
Para fechar esse texto dois trechos do livro “Velejando com a Vida”:
- "Quando aperto o nó, vejo amantes unidos, braços e pernas entrelaçados, pernas estendidas. Quando afrouxo o nó, vejo os amantes se separando, como deve ser, porque os que se amam, ainda que se amem muito, não podem estar ligados pelo amor em todos os momentos de suas vidas. 

Entretanto, o que mais acontece quando um homem e uma mulher se encontram não é atarem o nó direito, e sim o nó torto, e tornarem-se prisioneiros do amor, e não parceiros, consortes. Esfolam-se e desgastam-se com o atrito e, mesmo que lutem e se esforcem, não conseguem escapar de seus laços. "Estamos amarrados", dizem quando caminham para o altar, e suas palavras são mais proféticas do que imaginam. Uma vez casados, marcham em formação cerrada no mesmo ritmo, com o mesmo passo travado, aos arrancos. É uma situação lamentável, mas não há nada a fazer; como o nó que ataram não se afrouxa, eles se enredam de tal modo que afinal se estrangulam"
 Acho que a maioria de nós tem medo de se entregar e sentir tristeza pelo que a vida levou, porque pensa que nunca mais vai recuperar o domínio de si. O medo é infundado; o que deveria realmente nos assustar é a possibilidade de perder a capacidade de lembrar a vida que vivemos, que nos conecta com nós mesmos. As doenças mais aterrorizantes não são as que nos tiram a vida  são as que nos deixam à deriva, ao sabor da corrente em um mar vazio, privando-nos de nossas lembranças.
                       Liguem o Alerta Galera !!!!!!       

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A mentira é sua arma. A hipocrisia sua maior conselheira.


O Brasil é um pais onde os humoristas e comentaristas políticos tem um ambiente fértil para suas piadas e escritos. A vida política é rica em episódios que proporcionam as mais variadas piadas e críticas jornalísticas. É verdade. Qual o custo disto? A perda da vergonha e da ética no seio da sociedade. É vergonhoso para todos nós, ao menos este deveria ser o sentimento a envolver os homens de bem, que convivem com a destruição da ética e da verdade, a cada dia, pelos que se dizem representantes do povo. Recentemente setores dessa sociedade hipócrita e dissimulada se mostraram indignados e chocados com as palavras de um determinado deputado federal que ousou dizer que ele estava pouco se lixando para a opinião pública. Por que a surpresa e a hipocrisia? Por acaso esse político mentiu? Não, apenas tornou público um pensamento que habita a maioria das mentes políticas deste país, lamentavelmente. E por isto, como é de hábito numa sociedade hipócrita e acostumada a falsos elogios, foi execrado e condenado pela opinião pública (leia-se, também, a mídia). Quero deixar bem claro que não estou defendendo esse deputado e nem sua biografia (suja, como a de muitos outros), pois considero-o parte do lixo político existente na política nacional, mas não posso fazer de conta que vivemos num país de maioria ética e de uma sociedade consciente de sua responsabilidade cidadã e seus compromissos diante do progresso de seu país e dos seus habitantes. Não vivo num conto de fadas, onde as aparências se sobrepoem a realidade. Quem quiser assim viver, que assuma os riscos de sua omissão. Aqui , semeia-se a todo instante a hipocrisia e a demagogia na relação política e sociedade. Nesse espaço democrático, conquistado parcialmente ao longo do tempo ao custo de sangue e dor, se mente para a população da forma mais hipócrita possível, alimentando ilusões e se amparando em princípios cristãos distorcidos e que servem apenas àqueles que se servem dos mesmos. Em pleno século 21, ainda se respira, , os podres ares da discórdia e da segregação política. Tem o lado A e o lado B. Quem está num lado não pode sequer manter um diálogo amigo com alguém do outro lado, que pode estar sendo monitorado e os todos-poderosos da política local podem se melindrar e se magoarem. Quem critica, com argumentos democráticos ou não, essa ou aquela gestão pública, corre o risco de ser alvo de injúrias e perseguições das mais variadas formas, inclusive dentro
das hostes familiares, por aqueles que resistem em ser racional em detrimento dos interesses imediatos e dos sentidos. Pobre ser humano, pobre humanidade, mas assim caminhamos.
A política local é, infelizmente, provinciana, egoísta e comprometida com os interesses nada republicanos dos seus protagonistas e dos que se mantém no anonimato e nas sombras do poder. Carecemos de pessoas e idéias progressistas e voltadas para o desenvolvimento do município, sem conotação partidária ou vinculada a interesses pessoais.
Conceitos importantes como a ética são bandeiras de tolos e fracos, ao menos assim é demonstrado nas ações políticas dos partidos e seus membros, que em nome de uma suposta governabilidade, esmagam princípios éticos , que são abatidos diariamente nessa guerra em torno da manutenção do poder, sempre no argumento de que se faz tudo isto em prol do bem da sociedade e do povo  e do Brasil. Hipocrisia pura. Neste mundo ainda se mata em nome de A B ou C.  Os partidos políticos não mais se diferenciam. Os políticos e seus partidos, ao menos em sua grande maioria, se assemelham em conteúdo e essência. No Brasil,  não se vota em partido, se vota em nomes.  É o poder do carisma e da afinidade popular de um líder político, e não fruto de uma consciência cidadã e politizada, lamentavelmente. Ainda precisamos de  líderes. Temos medo de sermos nós mesmos, precisamos de "bengalas" no caminhar da Vida.
Aqui em  não é diferente.  é um exemplo claro dessa semelhança fisiológica e da hipocrisia existente na política mundana construída e alicerçada em falsos valores e numa cultura distorcida e desducada existente. Rasgaram-se todas as bandeiras em torno da ética e da moral que pareciam
renascer no seio da sociedade e dos políticos após o episódio das Diretas Já. São falsos pregadores da moral e da ética que se arvoram defensores da população e do erário público. Ao invés disto, confundem o privado com o público e vice-versa. Ignoram os anseios populares, as necessidades dos sofridos e dos oprimidos pela força do poder econômico. Estão pouco se
lixando para as dores sociais, se preocupam somente em enriquecerem e manterem as rédeas do poder nas mãos, custe o que custar. A mentira é sua arma. A hipocrisia sua maior conselheira. As sombras, seus guias espirituais.
Em meio a lama que envolve atualmente a política nacional, certamente há algumas flores que tentam oxigenar o odor fétido exalado dessas almas comprometidas com a mentira e os interesses pessoais, mas ainda não é suficiente para que a fedentina seja dissipada e eliminada. Precisamos muito mais do que indignações e cartões vermelhos diante do caos
estabelecido na podridão do sistema político existente no Brasil e em muitas outras partes do mundo, precisamos também agir e construir ações em torno do bem estar coletivo. Não é e nunca foi uma tarefa fácil, mas é o caminho a ser seguido.
Servir e não ser servido. É a meta. Quem assim o fizer, dará sua parcela de sacrifício, certamente colherá ao menos a doce sensação de uma consciência tranquila e poderá estar em paz consigo mesmo. 
O mundo, dizem, não é justo, verdade, mas nós podemos mudar isto, somente nós.

domingo, 6 de maio de 2012

Sucateamento: o legado do projeto educacional da ditadura militar brasileira à atualidade


A atual situação do sistema educacional brasileiro tem sido objeto de um esforço de compreensão por uma série de estudiosos, provocando discussões nas mais variadas entidades da sociedade civil, além de ser notícia constante em todos os meios de comunicação. A reforma educacional que passou a ser implementada a partir da década de 90 nos países latino-americanos tem sido objeto de muitas reflexões, que vêm enfatizando suas características neoliberais, refletindo a lógica assumida pelos Estados neste novo dimensionamento do capital na região. Neste sentido, o estado vai se eximindo das responsabilidades de investimentos diretos na área social e abre à iniciativa privada as possibilidades de investimentos subvencionados direta ou indiretamente.
Se, há alguns anos, era senso comum que tínhamos uma educação pública de péssima qualidade, escolas sucateadas, professores despreparados e mal pagos, enfim, todo um sistema educacional falido, hoje a avaliação da má qualidade do ensino público se mantém, apesar dos recursos garantidos a partir da constituição de 88 e das leis editadas nos anos 90.
Os órgãos oficiais, acompanhando as avaliações dos organismos internacionais, responsabilizam os professores pela permanência dessa situação. Assim, sem considerar a historicidade subjacente à realidade atual, continuam a implementar, de forma autoritária, políticas que traduzem os grandes acordos que se manifestam em políticas públicas na medida em que são assumidas pelas organizações governamentais locais. Reproduzem, dessa forma, o autoritarismo que tem caracterizado a implantação das políticas públicas no Brasil.
As características que hoje estão presentes na educação também foram conformadas pelo tipo de desenvolvimento histórico que o país conheceu. Entender a educação hoje, em sua função social, passa, necessariamente, pela compreensão da função histórica por ela cumprida, particularmente no momento em que a rede pública de ensino abriga um grande contingente de trabalhadores; momento em que sofre um processo de modernização conservadora: o período da ditadura militar.
A análise da educação ao longo dos 21 anos de ditadura militar deixa transparecer de forma bastante nítida uma das grandes contradições do regime: produzir mecanismos de desenvolvimento acelerado de acumulação de capital e garantir, simultaneamente, o acesso da população aos direitos de bem-estar social. Esse impasse não encontrou solução, e os direitos de bem-estar foram sacrificados em nome do desenvolvimento acelerado.
Grandes modificações foram feitas no setor educacional. Reformaram-se os três níveis de ensino (fundamental, médio e superior), expandiu-se a rede física e o número de vagas nos estabelecimentos escolares. Durante a ditadura o Brasil, começou a formar uma pequena, mas expressiva, elite universitária, desenvolvendo pesquisas de ponta; os resultados do surgimento dessa elite podem ser verificados hoje, através de pesquisas em áreas nas quais o Brasil ganhou destaque internacional, como é o caso da engenharia genética, valendo ao país a participação no projeto Genoma.
Enquanto se formava a pequena elite intelectual, milhões de brasileiros continuavam analfabetos e, a cada ano, milhares de crianças não conseguiam ter acesso à escolarização básica. Milhares de jovens deixavam a escola para ingressar no mercado de trabalho. Alguns outros, heroicamente, conseguiam freqüentar as aulas no período noturno e alguns poucos conseguiam chegar à universidade.
A educação foi uma das grandes preocupações dos grupos que atuaram no âmbito do Estado após 1964, pois o regime necessitava, tanto de técnicos altamente qualificados quanto de mão-de-obra desqualificada. Mão-de-obra desqualificada e “dócil”. A rede física foi expandida, um maior número de pessoas pôde freqüentar a escola e nela aprendiam que o Brasil era um país democrático, católico e alinhado ao mundo Ocidental.
O investimento em educação, porém, não permitia que se absorvesse toda a demanda escolar. Os recursos para a educação foram minguando ao longo do período ditatorial, pois a prioridade do regime era o desenvolvimento acelerado.
O regime tencionava construir um sistema de ensino que fosse capaz de aplacar a pobreza no Brasil, diminuindo a desigualdade social. Como diminuir a desigualdade num modelo de desenvolvimento econômico que priorizava o enriquecimento da camada mais rica da população? Essa pergunta não encontrou resposta nos planejamentos educacionais desenvolvidos entre 1964 e 1985; a desigualdade social não diminuiu, ao contrário, aprofundou-se.
O setor educacional foi alvo constante dos ataques do governo. Qualquer forma de discordância era logo taxada de “subversiva” ou “comunista”, e seu autor era banido dos meios acadêmicos. O movimento estudantil sofreu muitas baixas, até que perdeu sua força, mantendo-se quase inerte nos anos mais truculentos da ditadura. Essa foi a outra forma de educar encontrada pelo regime: disseminando o terror, para desencorajar atitudes de apoio ao “subversivos” ou “comunistas”.
A educação funcionou durante a ditadura militar como uma estratégia de hegemonia. O regime procurou difundir seus ideais através da escola, buscando o apoio de setores da sociedade para seu projeto de desenvolvimento, simultaneamente ao alargamento controlado das possibilidades de acesso ao ensino pelas camadas mais pobres.
Divulgou conceitos produzidos pela Escola Superior de Guerra nos manuais de Estudos dos Problemas Brasileiros, instrumentalizando os privilegiados que tinham acesso ao ensino superior no combate aos “inimigos internos”, na “defesa da Pátria” e na “preservação dos valores nacionais”.
Após 21 anos de ditadura militar, restou ao Brasil um sistema educacional com graves problemas: uma estrutura física que, apesar de estendida, não foi suficiente para atender à demanda crescente; uma queda na qualidade do ensino superior, com a proliferação de “empresas educacionais” que permitiram o acesso de um pequeno contingente das camadas de menores níveis de renda ao ensino superior, contingente este que custeava seus próprios estudos; queda na qualidade dos níveis elementares de ensino, dada a queda na qualidade de formação dos profissionais de educação, além da depreciação das condições de trabalho desses profissionais.
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação surgiu para substituir o modelo implementado pela ditadura. Persistem, contudo, problemas que não foram solucionados ou que se aprofundaram no período. A educação básica, ainda hoje, não está universalizada no Brasil; vivenciamos um novo “surto” de privatização do ensino, com o surgimento de um número exorbitante de faculdades particulares, principalmente nos centros urbanos; as universidades federais estão assistindo à degeneração de seus espaços físicos e equipamentos, enquanto seus profissionais conseguem poucas conquistas após prolongados períodos de greve. Esses são alguns dos problemas que acometem a educação atual. Sem dúvida, muito do que se produziu durante a ditadura persiste na estrutura educacional brasileira.
Atualmente, os meios de comunicação divulgam pronunciamentos governamentais acerca da melhoria da qualidade do ensino. Novamente, a ênfase recai no aumento do número de vagas nos estabelecimentos de ensino e na qualificação da mão-de-obra através dos programas profissionalizantes pós-médio. A educação ainda aparece, na fala governamental, como um mecanismo minimizador das desigualdades sociais.
O que mudou na sociedade brasileira, passados 38 anos da instalação da ditadura militar brasileira? Vivemos hoje muitos dos dilemas enfrentados durante os anos de chumbo. A análise das políticas educacionais brasileiras deixa claro que a má qualidade do ensino nos sistemas públicos não é fruto de algum equívoco ou distorção. O tipo de ensino que se desenvolveu no Brasil atende às demandas impostas pelo grande capital, que exigem mão-de-obra barata e, portanto, desqualificada. Nesse aspecto, sem dúvida, os sistemas de ensino têm logrado bastante êxito.
O Brasil de hoje enfrenta uma grave situação social, com o desaparecimento de postos de trabalho, o empobrecimento da população e uma inserção subordinada ao sistema capitalista mundial. Seguindo esse compasso, a educação apresenta as mesmas distorções verificadas na sociedade e contribui para sua manutenção. O projeto educacional implementado durante a ditadura, assim como seu projeto global de desenvolvimento, teve papel decisivo no processo de exclusão social, cujos resultados colhemos na atualidade.