sexta-feira, 11 de maio de 2012

A mentira é sua arma. A hipocrisia sua maior conselheira.


O Brasil é um pais onde os humoristas e comentaristas políticos tem um ambiente fértil para suas piadas e escritos. A vida política é rica em episódios que proporcionam as mais variadas piadas e críticas jornalísticas. É verdade. Qual o custo disto? A perda da vergonha e da ética no seio da sociedade. É vergonhoso para todos nós, ao menos este deveria ser o sentimento a envolver os homens de bem, que convivem com a destruição da ética e da verdade, a cada dia, pelos que se dizem representantes do povo. Recentemente setores dessa sociedade hipócrita e dissimulada se mostraram indignados e chocados com as palavras de um determinado deputado federal que ousou dizer que ele estava pouco se lixando para a opinião pública. Por que a surpresa e a hipocrisia? Por acaso esse político mentiu? Não, apenas tornou público um pensamento que habita a maioria das mentes políticas deste país, lamentavelmente. E por isto, como é de hábito numa sociedade hipócrita e acostumada a falsos elogios, foi execrado e condenado pela opinião pública (leia-se, também, a mídia). Quero deixar bem claro que não estou defendendo esse deputado e nem sua biografia (suja, como a de muitos outros), pois considero-o parte do lixo político existente na política nacional, mas não posso fazer de conta que vivemos num país de maioria ética e de uma sociedade consciente de sua responsabilidade cidadã e seus compromissos diante do progresso de seu país e dos seus habitantes. Não vivo num conto de fadas, onde as aparências se sobrepoem a realidade. Quem quiser assim viver, que assuma os riscos de sua omissão. Aqui , semeia-se a todo instante a hipocrisia e a demagogia na relação política e sociedade. Nesse espaço democrático, conquistado parcialmente ao longo do tempo ao custo de sangue e dor, se mente para a população da forma mais hipócrita possível, alimentando ilusões e se amparando em princípios cristãos distorcidos e que servem apenas àqueles que se servem dos mesmos. Em pleno século 21, ainda se respira, , os podres ares da discórdia e da segregação política. Tem o lado A e o lado B. Quem está num lado não pode sequer manter um diálogo amigo com alguém do outro lado, que pode estar sendo monitorado e os todos-poderosos da política local podem se melindrar e se magoarem. Quem critica, com argumentos democráticos ou não, essa ou aquela gestão pública, corre o risco de ser alvo de injúrias e perseguições das mais variadas formas, inclusive dentro
das hostes familiares, por aqueles que resistem em ser racional em detrimento dos interesses imediatos e dos sentidos. Pobre ser humano, pobre humanidade, mas assim caminhamos.
A política local é, infelizmente, provinciana, egoísta e comprometida com os interesses nada republicanos dos seus protagonistas e dos que se mantém no anonimato e nas sombras do poder. Carecemos de pessoas e idéias progressistas e voltadas para o desenvolvimento do município, sem conotação partidária ou vinculada a interesses pessoais.
Conceitos importantes como a ética são bandeiras de tolos e fracos, ao menos assim é demonstrado nas ações políticas dos partidos e seus membros, que em nome de uma suposta governabilidade, esmagam princípios éticos , que são abatidos diariamente nessa guerra em torno da manutenção do poder, sempre no argumento de que se faz tudo isto em prol do bem da sociedade e do povo  e do Brasil. Hipocrisia pura. Neste mundo ainda se mata em nome de A B ou C.  Os partidos políticos não mais se diferenciam. Os políticos e seus partidos, ao menos em sua grande maioria, se assemelham em conteúdo e essência. No Brasil,  não se vota em partido, se vota em nomes.  É o poder do carisma e da afinidade popular de um líder político, e não fruto de uma consciência cidadã e politizada, lamentavelmente. Ainda precisamos de  líderes. Temos medo de sermos nós mesmos, precisamos de "bengalas" no caminhar da Vida.
Aqui em  não é diferente.  é um exemplo claro dessa semelhança fisiológica e da hipocrisia existente na política mundana construída e alicerçada em falsos valores e numa cultura distorcida e desducada existente. Rasgaram-se todas as bandeiras em torno da ética e da moral que pareciam
renascer no seio da sociedade e dos políticos após o episódio das Diretas Já. São falsos pregadores da moral e da ética que se arvoram defensores da população e do erário público. Ao invés disto, confundem o privado com o público e vice-versa. Ignoram os anseios populares, as necessidades dos sofridos e dos oprimidos pela força do poder econômico. Estão pouco se
lixando para as dores sociais, se preocupam somente em enriquecerem e manterem as rédeas do poder nas mãos, custe o que custar. A mentira é sua arma. A hipocrisia sua maior conselheira. As sombras, seus guias espirituais.
Em meio a lama que envolve atualmente a política nacional, certamente há algumas flores que tentam oxigenar o odor fétido exalado dessas almas comprometidas com a mentira e os interesses pessoais, mas ainda não é suficiente para que a fedentina seja dissipada e eliminada. Precisamos muito mais do que indignações e cartões vermelhos diante do caos
estabelecido na podridão do sistema político existente no Brasil e em muitas outras partes do mundo, precisamos também agir e construir ações em torno do bem estar coletivo. Não é e nunca foi uma tarefa fácil, mas é o caminho a ser seguido.
Servir e não ser servido. É a meta. Quem assim o fizer, dará sua parcela de sacrifício, certamente colherá ao menos a doce sensação de uma consciência tranquila e poderá estar em paz consigo mesmo. 
O mundo, dizem, não é justo, verdade, mas nós podemos mudar isto, somente nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário