O amor tem fundo biológico e também psicológico. O reconhecimento de nossa existência e indidualidade promovida pelo amor de alguém na forma de atenção, cuidados, afeto, desejo, etc, faz um bem incomensurável ao ego por demonstrar o valor que eventualmente possuímos – para aquela pessoa. Portanto é muito raro alguém negar o amor que lhe é oferecido, desde que vindo de quem considera-se minimamente e mesmo que venha de quem a sociedade acha que não deveria vir. E acredito muito particularmente que quem nega o amor que lhe é oferecido acaba algum dia se arrependendo, afinal, a vida é tão curta – e a juventude tão mais curta ainda – para deixarmos de experimentar tudo que a vida nos oferece, só para nos enquadrarmos em regras alheias.
E devemos ter em mente que se dermos bola para a sociedade, nos sentiremos oprimidos e reprimidos. Principalmente se a sociedade (pais, parentes, etc) é quem paga as nossas contas. Ser livre – pagando as próprias contas – e exercer autonomia sobre as próprias decisões é pré-requisito para poder amar melhor e mais livremente. Dessa forma, muitas vezes só nos sentiremos livres para expressarmos nosso amor eventualmente não convencional longe da família e do meio onde fomos criados, principalmente se a família e o lugar forem tradicionais e conservadores.
As regras morais e a ética estão aí pra pôr um pouco de ordem no caos da sociedade. Mas na medida em que entendemos que o amor não reconhece regras e nem fronteiras, podemos diminuir um pouco o sofrimento quando percebemos que o amor não funciona como esperamos em nossas cabeças loucas, egoístas e controladoras. Principalmente se sua maior fonte de referência sobre o amor sejam as comédias românticas hollywoodianas .
A psicóloga Noely Montes Moraes [...] diz que buscar comodidade e segurança na vida amorosa como valor absoluto implica colocar-se à margem da vida, protegido por uma couraça. O resultado é a estagnação do fluxo vital e um empobrecimento de vivências. Para ela, a pessoa assim defendida se torna superficial e um tanto pueril, quando não se torna também invejosa das pessoas que ousam dizer sim à vida, atacando-as com um moralismo rançoso.
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