terça-feira, 16 de setembro de 2014

Qual a diferença?


Você acabou de sair do laboratório. O resultado do exame está na sua mã0, fechadinho como quando a atendente o entregou a você. É como se o papel queimasse em sua mão. Abrir ou não abrir? Você abre (afinal, vai ter que enfrentar de um modo ou de outro) e lê o resultado: POSITIVO.

A não ser que você tenha planejado, convenhamos que a primeira reação não é de alegria. Por mais que você sonhe em ser mãe, ame crianças e tenha tudo para ser uma excelente mãe, não era bem o que você queria para o momento. E a primeira pergunta surge na sua cabeça: como o pai vai reagir ao saber?

E esta é apenas a primeira. Porque, em segundos, milhões de outras passam pela sua mente: como vou criá-lo? Será que vou ter dinheiro? estrutura emocional? Como minha família irá reagir? Mas, apesar de todas estas dúvidas, você resolve que vai assumir e ter o bebê (mesmo que esta decisão leve meses para ser tomada).

Qual a diferença de assumir um filho sozinha? Por que a sociedade ainda nos olha como se fossemos seres de outro planeta, quando estamos em tão grande quantidade? hoje em dia a maioria dos lares são constituídos por Mães chefas de família. Por que tantos olhares de "pena" e tanto estranhamento das pessoas?

"A mãe solteira é uma das pessoas que mais sofrem sobre a face da terra. Sonhou com as promessas de um alguém de que iriam criar juntos ou algo  do gênero. De repente, vê-se grávida. A  pessoa  não assume e some.

Sozinha, os filhos ou familiares decepcionados, abandonada de todos, está entregue a um destino triste. Estragou sua vida, a vida do filho que vai nascer . Em casa as vezes  se sente um empecilho. Na sociedade, vc não sabe se vai com as moças ou com as casadas. A mãe solteira não sabe a que classe pertence."

Quantas vezes ouvimos o ditado "Antes só do que mal acompanhada"? Para que manter um relacionamento que não dá certo? Será que um bebê vai fazer com que ele funcione? Para que passar por humilhações, muitas vezes tendo que aguentar um homem alcóolatra, drogado ou que não nos respeita? Será que você desejaria isto para a sua mãe? Quem disse que não dá para ser feliz "sozinha" (entre aspas, porque pelo simples fato de que você agora tem um filho, não está mais sozinha).

Tenha em mente que assumir uma "produção independente" não é o fim da sua vida (muito menos da vida do bebê). Você seria, de qualquer modo, a protagonista do papel principal desta estória, pois é com você que o bebê vai ter a maior parte de suas experiências. Vocês vão sim ser muito felizes juntos. E nada impede que você volte a se relacionar com outros homens.

Você também não está sozinha. Você tem seus amigos e sua família. Curta o seu bebê o máximo que puder!

Para terminar, transcrevo uma parte do livro “Como Não Ser a Mãe Perfeita”, de Libby Purves:
“Só resiste totalmente ao sentimento de culpa quem se torna a John Wayne da maternidade: durona, sem papas na língua, confiante e desafiadora. A mamãe fora-da-lei, que traça seu próprio destino. Ou então você pode dar uma boa olhada em seu filho e perceber que, apesar dos muitos ´defeitos’ de sua conduta, ele está perfeitamente bem. Ele gosta de você. Nesse momento está razoavelmente limpo e não muito faminto. Aceita bem a vida e as circunstâncias.”


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