sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fofoqueiro: identifique-o ou identifique-se




Como algo tão detestável pode acontecer tão frequentemente?

Talvez a resposta seja: sutileza. Diz o sábio Salomão: “As palavras do mexeriqueiro são como doces bocados, penetram até o íntimo do homem” (Pv 18.8), ou seja, segundo a Bíblia, a fofoca é saborosa para quem a escuta. Na tradução desse mesmo versículo segundo a NVI, o termo comparativo é“apetitosos petiscos”.

E tal comparação é perfeita: ouvir uma fofoca é tão irresistível quanto comer um quitute ou um docinho atraente. E por que a fofoca não é comparada a um pernil assado ou uma pratada de feijoada? Porque comida enche e, uma vez cheio, você não come mais. Mas a fofoca é servida em pequenas porções. A fofoca é o quibezinho do mal, o cajuzinho da discórdia, o chocolate BIS da intriga. E uma vez no seu interior a fofoca não enche, pelo contrário, abre seu apetite.

Portanto, ainda que não sejamos fofoqueiros, se somos ‘consumidores de fofoca’, somos co-autores do mal. E da mesma forma que o prazer de saborear um acepipe fica explícito, a satisfação com a fofoca ouvida também. E o fofoqueiro-quitandeiro se sentirá à vontade para nos oferecer um segundo bombozinho de trufa de jararaca.

O apóstolo Paulo faz duas vezes a mesma recomendação a Timóteo: “Evita as conversas vãs e os falatórios” (I Tm 6.20; II Tm 2.16). Os termos originais em grego para tais vocábulos são: bebelos e kenophania“Bebelos” significa profano, irreligioso e ímpio; e é o mesmo termo para a palavra ‘bibelôs’ que são bugigangas ou enfeites supérfluos. Já ‘kenophania’ vem da junção dos termos ‘kenos’ (vazio) e ‘phone’ (som). Ou seja: conversa vazia e inútil, linguagem vã e estéril.

Por que fofocamos? – Certamente diremos que não gostamos de fofoca. Diremos mais: diremos que odiamos fofoca e fofoqueiros. Então, como uma raça tão odiada se perpetua e se multiplica tanto? Porque nós a alimentamos: “Sem lenha o fogo se apaga; não havendo fofoqueiro, cessa a contenda” (Pv 26.20)

Não gostamos de fofoca, mas gostamos de condenar o outro – dizemos: “Não estou fofocando. É que não aprovo o que Fulano fez de errado.”

Não gostamos de fofoca, mas gostamos de bajular e fazer ‘média’ – Pois dizemos: “Só vou te contar isso porque sou muito seu amigo, sou de confiança...”

Não gostamos de fofocar, mas gostamos de autopromoção à custa da falha dos outros – Pois dizemos: “O Fulano fez... eu não faço”

Não gostamos de fofocar, mas gostamos que se compadeçam de nós – Pois dizemos: “Você imagina só o que o Fulano fez comigo?”

Não gostamos de fofoca, mas gostamos de acirrar os ânimos – Pois dizemos: “Assim que souberem o que o Fulano fez, eu só quero é ver o circo pegar fogo!”

Não gostamos de fofoca, mas gostamos de chocar o próximo – Pois dizemos: “Você não imagina o que o Fulano disse de você...”

E por que afinal a fofoca é ruim? Por que não podemos noticiar o mal que o outro fez?

Em primeiro lugar, porque não nos compete julgar. Não temos conhecimento dos fatos e corremos o sério risco de divulgar algo que não ocorreu exatamente da forma como relatamos.

Em segundo lugar, a fofoca NUNCA EDIFICA. Nunca promove o bem estar de quem ouve. Você já viu alguém ouvir uma fofoca e bradar: Graças a Deus! Ouviu?

A fofoca revela intimidades, segredos e confidências e a Bíblia diz: “O que anda mexericando descobre o segredo, mas o fiel de espírito o encobre” (Pv 11.13).

A fofoca é injusta. Expõe o outro sem que lhe seja dado o direito de se defender.

A fofoca promove separação e discórdia – “O que encobre a transgressão promove o amor, mas o que renova a questão separa os maiores amigos” (Pv 17.9)

O fim da fofoca é simples. Não existe autofofoca. O fofoqueiro precisa de alguém que lhe dê ouvidos. É extremamente difícil calar um fofoqueiro uma vez que ele iniciou a conversa. Então evite o fofoqueiro. Aprenda a identificá-lo:

Características do fofoqueiro

1. - quer se mostrar seu amigo (íntimo). Chega dando tapinhas nas costas e te pegando pelo braço - “Vem cá que tenho que te contar uma coisa...”

2. - quer se mostrar seu defensor, alertando-o – “Olha, só te conto porque quero o seu bem...”

3. - fala demasiadamente, o tempo todo, de tudo e de todos.

4. - toma conclusões precipitadas – Você nunca ouvirá um fofoqueiro dizer que é melhor apurar melhor os fatos. Pelo contrário, sua máxima é: “Eu já sabia. Eu sempre soube. Nunca me enganei com Fulano...”

5. - abre espaço para a crítica elogiando primeiro – “Não tenho nada contra o Fulano, mas...” ou “Gosto muito de Sicrano, só que...”

To literalmente de saco cheio de tamanhasHipocrisia....Esta chegando um novo Pleito ai eu quero ver quem Realmente vai se posicionar com uma série de coisas.....Ah como eu quero ver isso.
To pagando para ver....Falem mais Falem mesmo .....

Um comentário:

  1. Parabéns pela postagem deste artigo, belíssimo, maravilhoso e muito verdadeiro..

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